Saúde Descoberta de ligação com um vírus traz esperança de uma melhor resposta à esclerose múltipla

Descoberta de ligação com um vírus traz esperança de uma melhor resposta à esclerose múltipla

Interromper a infecção pelo patógeno funcionaria como prevenção. Aplicar vacina, ainda inexistente, em crianças pode ser alternativa

AFP
Esclerose múltipla está relacionada ao Epstein Barr, mesmo vírus da monocleose

Esclerose múltipla está relacionada ao Epstein Barr, mesmo vírus da monocleose

José Cruz/Agência Brasil

Especialistas em esclerose múltipla dizem que a recente descoberta de uma ligação entre a doença e o vírus Epstein Barr oferece esperança de uma resposta melhor, antes do Dia Mundial da Esclerose Múltipla na próxima segunda-feira (30). 

Os tratamentos, que visam bloquear a inflamação, "progrediram muito nos últimos dez anos", e o acompanhamento dos pacientes é "mais individualizado", explica à AFP o neurologista Jean Pelletier, da fundação francesa Arsep (Ajuda à Pesquisa da Esclerose Múltipla). 

Segundo ele, novos avanços podem surgir de uma descoberta particularmente importante, feita em janeiro por pesquisadores americanos, que destaca a necessidade da presença do vírus Epstein Barr para o desenvolvimento da esclerose múltipla, embora nem todas as pessoas infectadas a desenvolvam. 

Esta é uma doença autoimune do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal).

Causa um distúrbio do sistema imunológico, que ataca a mielina, a bainha protetora das fibras nervosas. Muitas vezes, causa surtos inflamatórios intercalados com fases calmas.

A doença varia muito de um paciente para outro, mas pode produzir sequelas e é uma das causas frequentes de deficiências em adultos jovens. Estima-se que mais de 2,8 milhões de pessoas sejam afetadas por esta doença autoimune em todo o mundo. Crianças e adolescentes continuam sendo a minoria dos casos, mas a doença pode ter começado muito antes de ser diagnosticada. 

A descoberta de uma ligação com o vírus Epstein Barr, que afeta 95% dos adultos e é a causa de outras doenças, como a mononucleose, sugere que a maioria dos casos de esclerose múltipla poderia ser prevenida interrompendo a infecção por esse patógeno.

Além de "uma melhor compreensão do que pode entrar em jogo nesta doença multifatorial", o estudo "supõe que a esclerose múltipla poderia ser prevenida se as crianças fossem vacinadas contra o vírus Epstein Barr, sabendo que por enquanto não há vacina disponível ", de acordo com o professor Pelletier.

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