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Fenômeno 'envelhecer juntos' leva a filho idoso cuidar de mãe idosa

José, 70, cuida da mãe, Therezinha, de 86, que ainda cuida dele; envelhecer junto é uma tendência e cuidadores devem cuidar também da própria saúde

Saúde|Giovanna Borielo, do R7*

José Antonio, 70, cuida da mãe, Therezinha, 86, há 10 anos
José Antonio, 70, cuida da mãe, Therezinha, 86, há 10 anos José Antonio, 70, cuida da mãe, Therezinha, 86, há 10 anos

"Era previsível. Imaginei que cuidaria um dia da minha mãe porque faz parte do ciclo natural, eles cuidam da gente no começo e cuidamos deles no final", conta o aposentado José Antonio Aguilar, 70. Ele e sua esposa vivem com a mãe dele, Therezinha Aguilar, 86, há 10 anos, em São Paulo. Therezinha é independente. Sem limitações motoras nem cognitivas, é ela quem cozinha na casa e ainda conserva o papel de mãe. "É bom ainda ter minha mãe e espero que dure bastante tempo!", afirma Aguilar. 

De acordo com o geriatra Fernando Bignardi, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o envelhecimento em conjunto é uma tendência, visto que a longevidade aumentou. Assim, com mais pessoas idosas, igualmente mais pessoas também precisarão de cuidados, entre eles uma casa de repouso, um cuidador ou adapatações na própria casa. Porém, grande parcela desses idosos não é saudável, tendo demência e outras limitações, exigindo um cuidado mais específico.

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"É importante que esses idosos recebam algum nível de cuidado, por mais independentes que sejam. Eles precisam de alguém por perto que tenha agilidade caso ocorra alguma coisa e precise ir ao hospital, por exemplo, e que atenção às necessidades, verifique a hidratação", explica Bignardi.

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A geriatra Vânia Heredia, presidente do departamento de gerontologia da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), afirma que dados apresentados no Congresso Norte e Nordeste de Geriatria e Gerontologia mostram que para 60% de idosos que possuem autonomia, outros 30% precisam de ajuda para realizar atividades básicas diárias, o que implica a questão de quem cuidará deles. 

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"Muitas vezes o idoso que cuida de outro idoso pode acabar ficando doente, dá mais atenção ao cuidado e não se atenta à própria saúde. Nós precisamos resolver essas questões de maneira conjunta na sociedade", afirma Vânia. 

A geriatra afirma que, muitas vezes, as próprias famílias tentam resolver a questão dos cuidados, mas não têm as informações ou condições necessárias para isso, e que familiares acabam aceitando o cargo sem saber se consegue fazer isso.

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"O cuidador precisa ter instrução, tem que estar preparado psicologicamente e nos cuidados para saber lidar. Quando é uma decisão em família, de quem cuidará do idoso, isso precisa ser discutido regularmente, e esse cuidador também precisa de apoio para ter uma vida. Caso contrário, ele vai entrar em esgotamento e não conseguirá cuidar ", explica a médica.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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