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Obesidade cresceu quase 68% no Brasil nos últimos 13 anos

Pesquisa Vigitel divulgada nesta quinta-feira (25) mostra que problema afeta principalmente adultos entre 25 e 34 anos de baixa escolaridade no país

Saúde|Giovanna Borielo, do R7*

Obesidade é prevalente entre pessoas de baixa escolaridade
Obesidade é prevalente entre pessoas de baixa escolaridade Obesidade é prevalente entre pessoas de baixa escolaridade

Dados da Pesquisa Vigitel (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico) de 2018, divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Ministério da Saúde mostram que a obesidade em adultos cresceu em 67,8% nos últimos 13 anos. O Ministério comparou as informações da primeira pesquisa realizada em 2006 e os dados mais recentes de 2018.

Segundo o órgão, as taxas de obesidade eram de 11,8% em 2006 e passaram para 19,8% em 2018, havendo um índice ligeiramente maior entre as mulheres, com 20,7%, contra 18,7% entre os homens.

O material divulgado expõe que as maiores prevalências ficaram entre 23%, em Manaus (AM), 15,7%, em São Luís (MA). O problema afeta principalmente adultos entre 25 e 34 anos, e é mais frequente entre aqueles com baixa escolaridade (nível fundamental), sendo 25% dos atingidos.

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Em 2017, o risco de morte por obesidade foi de 1,7 a cada 100 mil homens e de 2,2 a cada 100 mil mulheres. O fator foi responsável por mais de 12 mil internações no SUS, gerando um gasto de R$ 64 milhões. A obesidade ocupou o 4º lugar entre as internações por causas endócrinas, nutricionais e metabólicas nesse período.

Entre as metas do Ministério da Saúde para reduzir a obesidade no Brasil estão deter o crescimento do problema e estabilizar esse indicador, reduzir em 30% o consumo de refrigerantes e sucos artificiais e aumentar em 17,8% o consumo de frutas e hortaliças entre a população.

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Comparações de dados das pesquisas

O Vigitel comparou os dados divulgados pela OMS e pelo Brasil entre 2006 e 2018 de mortes causadas por doenças crônicas não transmissíveis. Em 2006, as doenças crônicas eram responsáveis por 58,5% das mortes globais e em 2018 foram a causa de 71% das mortes do mundo.

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No Brasil, essas doenças foram causadoras de 62,8% do total de mortes com causa conhecida e, em 2018, foram responsáveis por 74% das mortes dos brasileiros, sendo 28% por doenças cardiovasculares, 18% por neoplasias, 6% por doenças respiratórias e 5% por diabetes.

Outra informação apresentada pela pesquisa foi de que, embora o consumo de álcool esteja estável entre a população em geral e entre os homens, as mulheres apresentaram um crescimento de 42,9% no uso abusivo de álcool.

Já os dados sobre diabetes mostraram que 7,7% da população adulta brasileira foi diagnosticada com diabetes em 2018, um crescimento de 40% desde 2006. O Ministério informou que a adoção do tratamento da doença pelo SUS passou de 79,1% em 2016, para 88,7% em 2018. 

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A hipertensão arterial se mostrou com diagnóstico estável na população geral entre 2006 e 2018, mas teve um aumento de 13,3% entre os homens.

População passa a ter hábitos saudáveis

Em contrapartida aos dados de obesidade, a pesquisa Vigitel de 2018 mostrou que a população brasileira aumentou a adoção de hábitos saudáveis.

Os dados mostram que entre 2008 e 2018, houve um aumento de 15,5% no consumo de frutas e hortaliças. Houve também a redução de 53,4% do consumo de refrigerantes e sucos artificias entre 2007 e 2018.

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Segundo o Ministério, o incentivo à alimentação saudável é prioridade do governo federal, que está em discussão com as indústrias para que sejam reduzidas 144 mil toneladas de açúcar nos alimentos industrializados. Acordos anteriores já retiraram mais de 14 mil toneladas de sódio desses alimentos.

A prática de 150 minutos de atividades físicas semanais também aumentou, passando de 30,3% em 2009 para 38,1% em 2018. Os dados mostraram que os homens se exercitam mais que as mulheres, sendo responsáveis por 45,4% dos números, contra 31,8%.

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A pesquisa contou com a participação de 52 mil brasileiros que responderam às questões feitas pela equipe do Ministério da Saúde por meio de ligações para telefones fixos.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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