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Rainha de bateria paulista tem taxa de gordura quatro vezes menor do que o mínimo recomendado

Renata Spallicci, da Barroca da Zona Sul, tem apenas 3%, enquanto Conselho Americano de Exercício preconiza como 'essencial' para mulheres índices entre 10% e 13%

Saúde|Carla Canteras, do R7

Índices baixos de gordura, como o de Renata Spallicci pode afetar a fertilidade feminina
Índices baixos de gordura, como o de Renata Spallicci pode afetar a fertilidade feminina Índices baixos de gordura, como o de Renata Spallicci pode afetar a fertilidade feminina

Na noite desta sexta-feira (29), em São Paulo, e de sábado, no Rio de Janeiro, mais uma vez o público poderá acompanhar as rainhas de baterias e as passistas com seus corpos magros e de músculos definidos nos desfiles das escolas de samba campeãs do Carnaval 2022. 

Muitas mulheres olham e chegam a sonhar em ter um corpo como o das estrelas da festa, mas nem sempre o que parece bonito é saudável.

Renata Spallicci, vice-presidente de uma indústria farmacêutica, que desfilou à frente da bateria da Barroca da Zona Sul, atravessou o Anhembi no último fim de semana com apenas 3% de índice de gordura corporal.

O ACE (Conselho Americano de Exercício, na sigla em inglês) estabelece como mínimo para mulheres índices de gordura corporal entre 10% e 13%, o que faz com que Renata tenha cerca de quatro vezes o que é considerado essencial. 

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Para atletas femininas, por exemplo, o recomendado é entre 14% e 20%, enquanto pessoas em forma podem ter entre 21% e 24%. O limite aceitável é de 31%, sendo que uma taxa de 32% já é considerada obesidade. 

O ginecologista e obstetra Alexandre Pupo, dos hospitais Sírio-Libanês e Israelita Albert Einstein, explica que a baixa taxa de gordura corporal desregula toda a cadeia hormonal das mulheres e afeta, principalmente, a fertilidade delas.

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"As pessoas precisam de colesterol para os hormônios serem transformados nos esteroides sexuais. Uma quantidade muito, muito baixa de gordura afeta a produção dos hormônios sexuais."

Além disso, os ovários param de funcionar, não produzem óvulos para evitar que a mulher engravide e corra o risco de problemas mais graves.

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"Se levarmos para o lado da sobrevivência, tem uma razão de ser. Se uma mulher com baixa reserva corporal engravida, com o peso enorme da gravidez no metabolismo da mulher, ela correria o risco de passar por uma situação grave de risco de morte", orienta o médico.

E acrescenta: "a natureza prevê que num cenário muito baixo de reserva alimentar, a mulher já para de menstruar, para de ovular e a chance de engravidar é bem menor." No caso de Renata, ele ficou sem menstruar e teve acompanhamento médico, mas os riscos são os mesmos. 

Um índice de gordura corporal abaixo do recomendado também faz com que as mulheres tenham uma imunidade muito mais baixa.

"O principal malefício é a infertilidade. Em segundo lugar, são mulheres com menos reserva corporal e quando ficam doentes ou passam por uma situação de agravo de saúde, o corpo tem menos de onde tirar energia para se sustentar nos momentos de agravo", acrescenta Pupo. 

Além disso, um corpo com quantidade muito reduzida de gordura trabalha com sobrecarga para se manter saudável e ao mesmo tempo com falta de reserva do ponto de vista metabólico geral.

"Uma dieta exagerada leva à destruição de massa magra e o corpo começa a fazer o que chamamos de catabolismo, que é a destruição das próprias células. Se tem uma carga de atividade física muito intensa por muito tempo, começam todos os problemas relacionados ao excesso de atividades físicas: lesão muscular, articular, alteração de coluna", finaliza o ginecologista. 

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