'Temos mais perguntas do que respostas', diz OMS sobre Ômicron
Chefe da Organização Mundial da Saúde ressaltou que é natural que haja novas variantes do coronavírus
Saúde|Do R7
O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta terça-feira (30) que o surgimento da variante Ômicron do coronavírus causador da Covid-19 "deve chamar nossa atenção, especialmente uma tão altamente mutada", como é o caso desta.
Todavia, ele disse na abertura de uma sessão de informação aos Estados-membros sobre a variante que "não devemos nos surpreender".
"É isso que os vírus fazem. E, como eu já disse muitas vezes, quanto mais permitirmos que a pandemia se arraste — ao deixar de abordar a iniquidade da vacina ou de implementar medidas sociais e de saúde pública de forma personalizada e consistente —, mais oportunidades daremos a esse vírus de sofrer mutação de maneiras que não podemos prever ou prevenir.
Ghebreyesus chamou atenção para a rapidez com que a África do Sul e Botsuana identificaram e sequenciaram geneticamente a nova variante (em menos de dez dias).
"Ainda temos mais perguntas do que respostas sobre o efeito da Ômicron na transmissão, a gravidade da doença e a eficácia dos testes, terapêuticas e vacinas."
O diretor-geral da OMS ainda se disse "preocupado" com países que estão adotando "medidas contundentes", como banimento de viajantes de países do sul do continente africano, as quais, segundo ele, "não são baseadas em evidências ou eficazes por si mesmas e que só vão piorar as desigualdades".
"Apelamos a todos os Estados-membros para que tomem medidas racionais e proporcionais de redução dos riscos, em conformidade com o Regulamento Sanitário Internacional. [...] A resposta global deve ser calma, coordenada e coerente."