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Caso Bruno e Dom: pescador escondeu restos mortais a mais de 3 km do local do crime

Polícia Federal diz que suspeito escolheu local de difícil acesso para enterrar corpos e afundou embarcação

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília e João Luiz Onety, da Record TV

Suspeito levando a PF para o local onde estariam os corpos de Dom e Bruno
Suspeito levando a PF para o local onde estariam os corpos de Dom e Bruno Suspeito levando a PF para o local onde estariam os corpos de Dom e Bruno

A Polícia Federal deu detalhes das buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Araújo na região da Terra Indígena do Vale do Javari, no Amazonas, nesta quarta-feira (15). Segundo a corporação, os restos mortais encontrados ao longo do dia estavam a mais de 3 km do local do crime.

A PF diz que Amarildo dos Santos, um dos pescadores detidos pela corporação, confessou ter matado Dom e Bruno, esquartejado os corpos e ateado fogo neles. Amarildo está preso com o também pescador Osoney da Costa, irmão dele. Os dois foram vistos por testemunhas perseguindo a lancha dos profissionais.

Amarildo informou o local em que os corpos foram incendiados e abandonados. Equipes da Polícia Federal foram até a região, nesta tarde, acompanhadas do pescador, para tentar confirmar a informação. 

"Foram encontrados remanescentes humanos, e a escavação continua. A partir de agora, passamos à fase de identificação desses remanescentes humanos, que estão sendo coletados com a maior dignidade. Eles serão encaminhados para perícia em Brasília, onde será realizada a identificação. A ideia, em sendo comprovado que eles são relacionados ao Dom e ao Bruno, vamos restituir o mais breve possível à família", disse o superintendente regional da PF no Amazonas, Eduardo Alexandre Fortes.

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O superintendente disse que a confissão do crime contribuiu para que as equipes de busca encontrassem os restos mortais. "Nós não teríamos condições de chegar de forma tão rápida neste local se não fosse essa confissão. É um local de dificílimo acesso", destacou.

De acordo com Fortes, os investigadores levaram pouco mais de duas horas no trajeto entre Atalaia do Norte e o local onde Amarildo enterrou os corpos. "Se não houvesse esse trabalho investigativo, que permitiu a confissão desse primeiro criminoso, a gente chegaria com mais dificuldade, demoraria mais tempo." Em uma coletiva dada na noite desta quarta-feira, o superintendente afirmou que as buscas continuavam durante a noite.

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O superintendente afirmou que mais pessoas podem estar envolvidas no caso. "Temos indícios da prática por outra pessoa que nós estamos investigando. Houve crime, há materialidade. Estamos na fase de desvendar todos os autores e a real motivação do delito."

Apesar de ainda ser necessário periciar o material encontrado nesta quarta para que se confirmem as identidades, o delegado da Polícia Civil Guilherme Torres já falou sobre os restos mortais como se fossem de Bruno e Dom, pelas circunstâncias em que foram encontrados, a partir da confissão do suspeito.

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"Todos os esforços foram empregados. Nossa missão precípua, desde o início, era encontrá-los com vida. Infelizmente, trazemos essa triste notícia aos familiares, aos amigos, à sociedade e à imprensa mundial", disse o delegado Guilherme Torres.

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Desde a semana passada, a PF analisa o material orgânico encontrado em um rio da região e o compara com amostras de DNA entregues pelas famílias dos desaparecidos. Entre o material analisado está um estômago humano.

O caso

O jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira desapareceram em 5 de junho, enquanto realizavam entrevistas para a produção de um livro e reportagens sobre invasões das terras indígenas da região. Eles partiram rumo à cidade de Atalaia do Norte, mas não chegaram ao destino.

A Terra Indígena Vale do Javari é palco de conflitos que envolvem garimpo, extração de madeira, pesca ilegal e narcotraficantes. Com 8,5 milhões de hectares, a terra indígena fica localizada no extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru, e abriga ao menos 14 grupos isolados — a maior população indígena não contatada do mundo.

A área é a segunda maior terra indígena do país — atrás apenas da Yanomami, com 9,4 milhões de hectares — e tem acesso restrito, feito apenas por avião ou barco, já que a região não possui rodovias nem ferrovias próximas.

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