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Alta do dólar vai deixar Páscoa dos brasileiros mais cara

Bacalhau, vinhos, azeites e pães devem pesar no bolso dos brasileiros até o final de março

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Bacalhau pode sofrer reajuste antes dos outros importados
Bacalhau pode sofrer reajuste antes dos outros importados

O dólar fechou a quarta-feira (4) valendo R$ 2,98, após bater os R$ 3,00 durante a manhã. Com a variação, a moeda norte-americana atingiu o maior valor desde agosto de 2004, o que deve impactar no bolso do brasileiro que planeja passar a Páscoa com fartura.

De acordo com o presidente da ABBA (Associação Brasileira dos Importadores e Exportadores de Bebidas e Alimentos), Adilson Carvalhal Junior, caso a moeda norte-americana permaneça no patamar atual, isso já deve refletir no bolso dos consumidores ao final de março.

Ele avalia, no entanto, que o preço dos produtos tradicionais da Páscoa deve ser ajustado mais rapidamente.

— O bacalhau, que é um produto de quaresma, é um item que pode sentir mais a curto prazo essa nova tabela.


Adilson afirma ainda que a alta da moeda norte-americana deve influenciar no valor dos azeites, vinhos e alimentos que, mesmo sem ter origem no exterior, utilizam matérias-primas estrangeiras em sua composição, tais como os pães e óleos de soja.

— Todas as commodities [matérias-primas], como o trigo, a soja e o milho, são medidas em bolsas internacionais e são dolarizadas. Então, com certeza, se o mercado continuar assim, em mais 15 dias já vai se notar uma mudança importante nos pontos de venda.


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O economista-chefe da TOV Corretora, Pedro Paulo Silveira, explica que o preço desses tipos de produtos avança por serem tabelados mundialmente.

— Se o dólar sobe, o preço das matérias-primas básicas sobe também. Se isso não ocorrer, o produtor sai daqui e vai vender lá fora.

A disparada do dólar foi iniciada em setembro do ano passado, quando a divisa estava cotada abaixo de R$ 2,30. Para Silveira, essa desvalorização do real frente a outras moedas já tem influenciado aos poucos os gastos dos consumidores.

— O câmbio já tinha sido desvalorizado em 23% até o mês de fevereiro. Nessas últimas altas [do dólar], a desvalorização foi de 30%, mas isso vai atuando sobre o nível de preços de maneira diluída. Uma alta de 10% afeta o índice de preços em cerca de 0,3 [ponto percentual].

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