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Dólar cai mais de 2% e fecha o dia abaixo de R$ 5 antes de decisões sobre juros

Expectativa sobre reuniões que definem a política monetária dos bancos centrais de Brasil e EUA causou depreciação da moeda

Economia|

Dólar fica abaixo de R$ 5 com expectativa pelas decisões sobre juros
Dólar fica abaixo de R$ 5 com expectativa pelas decisões sobre juros Dólar fica abaixo de R$ 5 com expectativa pelas decisões sobre juros

O dólar caiu mais de 2% nesta terça-feira, acompanhando movimento internacional de depreciação e indo abaixo da marca psicológica de R$ 5 antes da conclusão das reuniões de política monetária dos bancos centrais de Brasil e Estados Unidos.

Uma nova oferta de liquidez da autoridade monetária local no mercado de câmbio também ajudou a alimentar as perdas do dólar, segundo operadores.

A moeda norte-americana à vista caiu 2,10%, a R$ 4,9645 na venda, sua maior depreciação diária desde 30 de dezembro do ano passado (-2,12%). Na B3, às 17h03 (hora de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 2,37%, a R$ 5,0085.

Segundo participantes do mercado, a baixa foi, em parte, um movimento de realização de lucros, depois de, na véspera, a moeda norte-americana spot ter fechado em alta de 2,58%, a R$ 5,0712 na venda. Este foi o pico desde 16 de março (R$ 5,0917) e maior ganho depois de 22 de abril (+ 4,07%), dia do salto mais intenso que o dólar teve desde o início da pandemia de Covid-19.

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Também houve ajuste do dólar para baixo em relação à maioria das moedas de países emergentes, com destaque para o rand sul-africano e para os pesos mexicano e chileno, que haviam sofrido com a disparada da divisa norte-americana na véspera, e chegaram perto de seus maiores patamares em 20 anos contra uma cesta de rivais fortes.

O índice do dólar devolveu uma parte dessas perdas nesta sessão, com os participantes do mercado à espera da conclusão da reunião de dois dias do Federal Reserve, na quarta-feira. O banco central dos EUA deve anunciar alta nos juros de 0,5 ponto percentual, a dose mais intensa de aperto monetário desde 2000.

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"O que os especialistas especulam é qual será a sinalização do Fed para o movimento futuro das taxas", disseram, em nota, analistas da Levante Investimentos. "Ou seja, até quanto os juros podem subir e em qual velocidade."

Eles chamaram a atenção para as apostas crescentes num patamar de juros mais restritivo nos EUA, com alguns agentes estimando taxas terminais de 3% a até 4%. Isso explica a recente disparada da moeda norte-americana, que saltou 3,8% contra o real no acumulado de abril, e pode manter alguma tendência de depreciação da divisa brasileira.

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Investidores também estão à espera da decisão da política monetária do Banco Central do Brasil, com expectativa de elevação da taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,75%, e possível sinalização de alta adicional nos juros em junho.

O salto dos custos dos empréstimos domésticos para dois dígitos, ante a mínima histórica de 2% atingida durante a pandemia, foi apontado como o grande responsável pela queda de 14,5% do dólar nos três primeiros meses do ano, pior desempenho trimestral desde meados de 2009.

"Apesar do estresse de curto prazo, reiteramos nossa percepção de que os juros internacionais ainda têm um spread consideravelmente distante dos rendimentos no Brasil, em especial em termos de reais, e o movimento recente de investidores estrangeiros aqui, apesar da desvalorização do real frente ao dólar, mostra que o apetite pelos ativos locais pode ser reativado", escreveu Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Intervenção

Neste pregão, o Banco Central realizou leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional, com vencimentos em 1° de dezembro de 2022 e em 3 de abril de 2023. Foi vendido o total da oferta, equivalente a US$ 1 bilhão.

Segundo Jefferson Rugik, diretor-executivo da corretora de câmbio Correparti, essa operação ajudou a alimentar as perdas do dólar frente ao real no dia, já que ofereceu mais liquidez ao mercado.

O leilão havia sido anunciado na véspera e marcou nova intervenção extraordinária do BC no mercado de câmbio, que na terça-feira passada já havia vendido US$ 500 milhões em contratos de swap, em meio à disparada da divisa norte-americana frente ao real. Antes disso, no dia 22 de abril, quando o dólar saltou mais de 4%, o banco chegou a vender US$ 571 milhões à vista.

Nesta terça-feira, a autarquia também vendeu 15 mil contratos de swap cambial tradicional, para fins de rolagem do vencimento de 1° de junho de 2022, operação que já era prevista em calendário.

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