Em pronunciamento, Meirelles diz que PEC dos gastos públicos preservará saúde e educação
Ministro da Fazenda garante que controle dos gastos permitirá recuperação da credibilidade
Economia|Da Agência Brasil
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita o crescimento dos gastos públicos preservará a saúde e a educação, sem retirar direitos dessas áreas, afirma o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Em pronunciamento que irá em cadeia nacional de rádio e televisão às 20h, o ministro defende a criação do teto de gastos como medida essencial para a recuperação da economia.
— O governo [do presidente Michel] Temer enviou uma proposta para mudar a Constituição e equilibrar o orçamento nos próximos anos. É necessário um prazo para ajustar as contas de forma gradual, sem retirar direitos, sem cortar o dinheiro dos projetos mais importantes, aqueles essenciais. Saúde e educação, por exemplo, serão preservados. Estamos criando mecanismos para garantir que essas áreas prioritárias não terão perdas.
De acordo com Meirelles, o controle dos gastos permitirá ao País recuperar a credibilidade.
— A confiança de consumidores, investidores e empresários já está retornando. Já notamos os primeiros sinais dessa mudança. Confiamos que o Congresso aprovará essa medida que vai equilibrar as contas públicas. Este é o caminho para a volta do crescimento de nossa economia e para a criação dos empregos de que o nosso povo precisa.
O ministro pediu empenho do Congresso na votação da proposta, cujo texto-base foi aprovado mais cedo pela comissão especial da Câmara dos Deputados que discute a proposta.
— Confiamos que o Congresso aprovará essa medida que vai equilibrar as contas públicas. Este é o caminho para a volta do crescimento de nossa economia e para a criação de empregos que o nosso povo precisa.
Segundo Meirelles, o momento atual da economia exige, de toda a sociedade, dedicação e esforço para que o Brasil volte a crescer. Ele ressaltou que a recessão pune as camadas mais pobres e que somente o reequilíbrio das contas públicas possibilitará a recuperação do País.
— Não aceitamos mais inflação e desemprego, porque os mais pobres é que pagam essa conta. Com a aprovação da proposta que equilibra as contas públicas, vamos superar esse momento e recolocar o Brasil no caminho da justiça social com desenvolvimento de verdade.
O ministro da Fazenda atribuiu o déficit primário recorde nas contas públicas ao governo anterior, que expandiu os gastos sem se preocupar com a arrecadação. O déficit primário é o resultado negativo das contas públicas desconsiderando o pagamento dos juros da dívida do governo.
— Só neste ano o nosso déficit será de R$ 170 bilhões. Ou seja, esse é o tamanho do prejuízo que tivemos que assumir. E isso já vinha ocorrendo em anos anteriores. O governo vinha se endividando e pagando juros muito altos para poder financiar essa conta. A inflação saiu do controle e está acima dos limites aceitáveis. O clima de insegurança tomou conta da economia.
Meirelles comparou ainda a situação das contas públicas ao orçamento doméstico.
— Na sua casa, todos sabem que não podem se endividar para gastar mais do que ganham, continuamente. Com o governo acontece a mesma coisa. Temos que sair da crise e reverter esse quadro de recessão e de desemprego. É por isso que defendemos o equilíbrio das contas do País.