USP vai investir R$ 400 milhões em programa de demissão voluntária
Expectativa é obter redução da ordem de 6 a 7% na folha de salários e benefícios
Educação|Do R7
Como uma das alternativas para superar sua atual crise financeira, a USP (Universidade de São Pualo) vai investir R$ 400 mil em um programa de demissão voluntária que visa dispensar 3.000 servidores técnico-administrativos.
A informação foi dada pelo reitor Marco Antonio Zago em vídeo divulgado na última quarta-feira (20) pela universidade. Segundo Zago, com a medida, a expectativa é obter redução da ordem de 6 a 7% na folha de salários e benefícios — hoje a universidade compromete 105% de seu orçamento com a folha de pagamento.
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Na mensagem gravada em vídeo, o reitor afirma que a atual crise da USP tem base no “excesso de servidores técnico-administrativos [na instituição] e nos benefícios [pagos] aos servidores muito acima da média dos valores dos docentes e dos servidores das outras duas universidades paulistas, Unesp e Unicamp”.
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Segundo Zago, o plano de demissão voluntária se destina àqueles que se interessarem pela proposta. O reitor ressalta que também será oferecida aos funcionários a oportunidade de reduzir a jornada de trabalho de 40 hora para 30 ou 20 horas semanais, com correspondente redução salarial.
— Para muitos servidores com horário corrido, sem horário de almoço e com trabalho concentrado em alguns dias da semana pode ser vantajoso.
Crise financeira
Os servidores das três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp, Unicamp) estão em greve desde maio. No período, uma crise financeira nas instituições foi anunciada e levou as universidades a congelarem reajustes salariais neste ano.
No primeiro semestre, o comprometimento do orçamento da USP com o pagamento dos seus mais 20.000 funcionários (entre docentes e técnico-administrativos) foi de 105,5% — total de R$ 2,27 bilhões, sendo que os recursos repassados pelo Estado à instituição no mesmo período atingiram apenas R$ 2,15 bilhões.
No último dia 15, o reitor Zago se reuniu com cerca de 80 diretores de unidades de ensino e pesquisa da universidade para anunciar medidas prevendo um reequilíbrio orçamentário. Na ocasião, foi oficializada a proposta de um programa de demissão voluntária de 3.000 funcionários e de direcionamento do HU (Hospital Universitário) para o governo estadual.
Os grevistas na USP exigem reajuste salarial de 9,78% e são contrários às medidas de reequilíbrio orçamentário propostas pela reitoria.