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Assassinato brutal de rapper antirracismo choca a Grécia

Pavlos Fissas foi morto a facadas por um ativista de extrema direita

Internacional|

Gregos homenageiam Killah P no local do assassinato. Na porta, a pichação significa "vingança"
Gregos homenageiam Killah P no local do assassinato. Na porta, a pichação significa "vingança" Gregos homenageiam Killah P no local do assassinato. Na porta, a pichação significa "vingança"

Em um ambiente tenso, mais de 2.000 pessoas despediram-se nesta quinta-feira (19) em um cemitério de Atenas do rapper Pavlos Fissas, conhecido pelos versos contra o racismo que foi morto a facadas por um ativista de extrema direita.

A morte de Fissas, de 34 anos, motivou manifestações populares em várias cidades, com episódios de violência na quarta-feira à noite.

"Porcos! Fascistas! Assassinos!", gritavam os participantes do cortejo, enquanto parentes de Fissas carregavam o caixão branco pelo cemitério, numa colina próxima ao subúrbio proletário de Keratsini, onde o artista foi morto.

Killah P, como era conhecido o rapper no meio musical, levou duas facadas no peito --sendo uma delas no coração-- na noite de terça-feira, durante uma briga de bar, após um jogo de futebol.

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O crime contribuiu para agravar o clima de tensão social na Grécia, onde há forte oposição às medidas de austeridade exigidas nos últimos anos por credores internacionais.

Uma greve geral de 48 horas, convocada antes do crime, acabou se transformando em um protesto pela morte do rapper, e novos atos públicos estão marcados para a quinta-feira à noite.

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Um homem de 45 anos, seguidor declarado do partido de extrema direita Aurora Dourada, que combate a imigração, confessou o crime e deve comparecer no sábado perante um promotor.

O Aurora Dourada, terceiro partido mais popular da Grécia na atualidade, condenou o crime e negou envolvimento. O grupo afirmou ainda que aqueles que tentam acusar o partido são "mentirosos miseráveis", motivados politicamente.

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O partido surgiu da obscuridade para conquistar 18 cadeiras parlamentares no ano passado, pregando contra a imigração e a corrupção. O símbolo do grupo lembra uma suástica, e seus membros fazem uma saudação com o braço estendido, como os nazistas, mas o Aurora Dourada nega ser uma agremiação neonazista.

Grupos de direitos humanos há meses acusam o partido de ligação com ataques a imigrantes, mas esta é a primeira vez que o Aurora Dourada é diretamente associado a uma investigação.

Nas ruas de Atenas, o Aurora Dourada tornou-se um assunto tão onipresente quanto as medidas de austeridade.

"Temo que as coisas tenham se tornado muito sérias", disse a aposentada Lydia Montesanto, de 62 anos, referindo-se à morte do rapper.

— Sim, o governo destruiu nossos salários e pensões, mas chegou a hora de que todos nós expulsemos o Aurora Dourada do Parlamento e digamos à Europa que ela precisa parar a austeridade que alimenta essas coisas.

O Ta Nea, mais popular jornal grego, publicou na sua capa a imagem de uma suástica cortada por uma linha vermelha, como uma placa de trânsito, com uma manchete em letras garrafais:

— Chega!

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