Autoridade Nacional Palestina adia pedido de reconhecimento no Conselho de Segurança da ONU
Principal razão para atrasar a iniciativa é negociação nuclear com Irã, que monopoliza atenção
Internacional|Do R7
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) decidiu adiar a apresentação da proposta de reconhecimento do Estado da Palestina perante o Conselho de Segurança da ONU, revelou o ministro palestino de Relações Exteriores, Riad al-Maliki.
Em entrevista divulgada nesta segunda-feira (24) pela agência de notícias local Maan, o chefe da diplomacia palestina argumentou que a intensidade das negociações com o Irã, que absorvem a atenção das grandes potências, é a principal razão para atrasar a iniciativa, que estava prevista para ocorrer em novembro.
Maliki admitiu que a diplomacia palestina também não conseguiu até o momento angariar os nove apoios que necessita dentro do Conselho de Segurança da ONU e que o veto dos Estados Unidos é uma ameaça.
"Mas isso não significa que os palestinos retiraremos a proposta, apenas que se procura o momento mais adequado", afirmou o ministro. "Infelizmente, a questão iraniana está agora na parte superior da agenda internacional, e não a questão palestina", lamentou.
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Maliki ressaltou, no entanto, que a decisão de seguir adiante com esta estratégia diplomática se mantém de pé e que a proposta será apresentada mesmo sem os nove votos no Conselho de Segurança.
A intenção dos palestinos continua sendo comparecer em outros organismos internacionais e aderir a outros acordos — como a convenção de Roma e o Tribunal de Haia — se a proposta não avançar no Conselho de Segurança.
Fontes palestinas afirmaram à Efe, além disso, que se a via diplomática se fechar, a ANP está disposta a romper com Israel. "Continuamos com os contatos para resolver a questão dos nove votos, mas não vamos esperar tempo demais antes de pôr o projeto sobre a mesa da votação no Conselho de Segurança, embora saibamos que o resultado será um fracasso", ponderou.
Maliki elogiou a decisão do governo sueco de reconhecer o Estado palestino e as decisões favoráveis sobre o assunto em votações realizadas nos parlamentos do Reino Unido e da Espanha e no senado da Irlanda, e disse que a intenção da diplomacia palestina é trabalhar mais neste caminho.
Em entrevista para a imprensa francesa publicada ontem, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, voltou a criticar a votação que será realizada nesta semana na Assembleia Francesa, que provavelmente também pedirá ao Executivo que reconheça o Estado palestino.