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Chile sofre mais grave atentado dos últimos 30 anos

A explosão de uma bomba na estação Escola Militar do metrô de Santiago deixou 14 pessoas feridas, duas delas gravemente

Internacional|

O Chile foi atingido nesta segunda-feira (8) por seu pior atentado das últimas três décadas, com a explosão de uma bomba em uma galeria comercial na estação Escola Militar do metrô de Santiago que deixou 14 pessoas feridas, duas delas gravemente.

Poucos minutos depois da explosão, que aconteceu na hora do almoço em um local por onde circulam diariamente 150 mil pessoas, o governo qualificou o fato como um atentado terrorista e anunciou que aplicará com toda severidade a lei especial para estes casos.

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"É um ato terrorista, sem dúvida, que merece toda nossa condenação. O governo invocará a lei antiterrorista para punir os responsáveis de modo que eles recebam o máximo rigor da lei", declarou o ministro porta-voz, Álvaro Elizalde.

Os feridos foram levados imediatamente a diversos hospitais da capital chilena. Alguns precisaram passar por cirurgia.

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A presidente Michelle Bachelet, que suspendeu todas as atividades programadas e montou um comitê extraordinário na Moeda, foi à tarde à clínica Las Condes visitar três dos feridos.

"Este é um dos atos mais covardes que vimos, porque tinha como objetivo machucar as pessoas, provocar temor, e até a morte de inocentes", declarou na saída do hospital.

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"O que aconteceu é horrível, um ato abominável, mas o Chile é e continuará sendo um país seguro", enfatizou a presidente, que convocou para primeira hora desta terça-feira (9), um comitê para montar um esquema de segurança no palácio de La Moneda.

Foram chamados os comandantes dos Carabineiros e da polícia de investigações; o promotor nacional, Sabas Chauán, e os ministros de Justiça, José Antonio Gómez, e de Interior, Rodrigo Peñailillo.

Segundo Peñailillo, o governo adotou as medidas necessárias para identificar e deter os responsáveis do explosão. Empregando um tom firme, o ministro exigiu resultados "o mais rápido possível" aos responsáveis policiais e da promotoria.

"Essa é uma instrução clara e precisa do governo", enfatizou Peñailillo. Neste ano, Santiago enfrentou a explosão de 30 artefatos nas proximidades de delegacias, edifícios públicos e agências bancárias.

Embora em alguns casos os autores fossem delinquentes que pretendiam roubar os caixas automáticos, em outros, os bombardeios foram reivindicados por facções antissistema. No entanto, as autoridades não conseguiram prender nenhum suspeito destes ataques, todos realizados com bombas de fabricação caseira.

A presidente disse que apesar do atentado de hoje e de outras duas explosões recentes que não causaram vítimas, uma na estação do metrô Los Domínicos e outra perto de uma delegacia, "não cabe dizer que o terrorismo se instalou no Chile".

Depois do ato desta segunda, vários porta-vozes da oposição acusaram o governo de fraqueza no enfrentamento da violência.

"Quanto tempo teremos de esperar para ter um país tranquilo?", questionou o presidente da Renovação Nacional, Cristián Monckeberg, para quem o atentado de hoje "poderia ter sido evitado".

Já Andrés Chadwick, ministro do Interior no último mandato de Sebastián Piñera, afirmou que "o momento é de unidade contra o terrorismo", e pediu que fossem deixadas de lado "a ambiguidade da Concertação e a fraqueza mostrada pelo atual governo".

O presidente da União Democrata Independente, Ernesto Silva, cobrou que o Executivo assuma a responsabilidade pela situação.

As palavras de membros da oposição provocaram uma dura reação do ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, que os acusou de querer tirar vantagem da desgraça.

"Haver pessoas que minutos após um atentado como este tirem proveito político é algo inaceitável que deve ser rejeitado por todo o país", enfatizou.

O pior atentado da história do metrô de Santiago aconteceu no fim do regime militar, quando em junho de 1986 uma bomba explodiu na estação Tobalaba, matando uma pessoa e ferindo outras sete.

O atentado desta segunda-feira, às vésperas do aniversário do golpe militar de 11 de setembro de 1973, gerou reações de solidariedade em nível internacional.

O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, condenou o atentado e apoiou a decisão das autoridades chilenas de aplicar a legislação antiterrorista. 

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