O cientista Peter Piot, que descobriu o vírus do ebola, alertou nesta segunda-feira (20), que a crise humanitária provocada pelo vírus na África Ocidental não vai acabar até que uma vacina seja desenvolvida. A doença já matou mais de 4.000 pessoas, principalmente em Serra Leoa, Guiné e Libéria.
As comunidades atingidas pelo vírus estão em ruínas. Milhares de crianças ficaram órfãs, enfrentam a fome e o vírus continua atingindo mais pessoas.
Para Piot, o ebola continuará destruindo pessoas e comunidades enquanto "medidas drásticas" não forem tomadas.
O retorno internacional está chegando, através do Reino Unido e os Estados Unidos, que lideram as ações. Outros países começaram a agir em resposta ao chamado desses países.
O cientista afirma que o vírus vai continuar a assolar a África Ocidental, representando um risco para países de todo o mundo. Para ele, a crise já entrou em uma "espiral fora de controle". Além disso, ele alertou que mesmo que o vírus seja contido, ainda vai levar anos para reconstruir os países devastados pelo ebola.
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Mas ele disse também que é improvável que a crise atual se resolva enquanto não houver o pleno desenvolvimento das vacinas experimentais.
"A boa notícia é que eu acho que esse é o último surto de ebola. A partir da vacina, será preciso apenas o isolamento e quarentena para tratar próximos casos".
Piot permanece otimista em relação ao futuro da doença, já que os fabricantes estão aumentando a capacidade da vacina. Entrentanto, lembra que a ação terá que ser de vacinação em massa, e que talvez, haja resistência por parte da população.
Com base em sua experiência de outros 25 surtos de ebola nos últimos 37 anos, Piot disse que apenas uma vítima do ebola já é suficiente para reacender a epidemia.