Conselho busca solução diplomática para conflito na Ucrânia
Ministro suíço afirmou que esta “é uma das piores crises desde o fim da Guerra Fria”
Internacional|Agência Brasil
Na 21ª reunião do Conselho Ministerial da Osce (Organização para Segurança e Cooperação na Europa), que reúne líderes de mais de 50 países-membros ontem e nesta sexta-feira (5), na cidade suíça da Basileia, o desafio é encontrar uma solução diplomática para o conflito no Leste da Ucrânia.
Ao resumir os debates do primeiro dia de reunião, o presidente em exercício da Osce, ministro das Relações Exteriores da Suíça, Didier Burkhalter, disse que esta “é uma das piores crises já enfrentadas na região euro-atlântica desde o fim da Guerra Fria”.
“Há uma preocupação generalizada de que a crise na Ucrânia tenha impactos negativos na segurança e na estabilidade da região euro-atlântica. As negociações e a troca de informações durante o primeiro dia do Conselho Ministerial demonstraram que há divergências na causa raiz da crise”, enfatizou ele.
O ministro observou que os membros da Osce estão convencidos de que não há solução militar para o conflito e que “todos os esforços serão direcionados à resolução da crise por meios diplomáticos e diálogo político”.
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Ao chegar ao local da reunião hoje, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Pavlo Klimkin, disse que o governo ucraniano está trabalhando para garantir um cessar-fogo, e que muito mais precisa ser feito.
“Precisamos não só de compromissos, ou de palavras, mas de ações concretas. Precisamos que todos trabalhem no cessar-fogo. Todos os dias temos 30 ou 40 casos de bombardeiros por parte dos terroristas. Temos perdas humanas, sofrimento humano, todos os dias”, ressaltou. De acordo com o ministro, uma reunião trilateral com líderes separatistas deve ocorrer na próxima semana, para uma nova tentativa de negociação.
Ontem, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que o acordo de cessar-fogo firmado em 5 de setembro, em Minsk, na Bielorrúsia, é a forma correta para resolver o conflito, e que todas as outras formas de negociação sem a participação dos separatistas de Donetsk e Luhansk são inaceitáveis.
Mesmo com o acordo de Minsk, que previa a desmilitarização da linha de confronto numa área de 30 quilômetros, a violência continuou. O governo russo é acusado de fornecer as armas, os tanques e soldados para os separatistas.
Manifestantes ucranianos se reuniram ontem no centro da Basileia para pedir ajuda aos líderes do Conselho Ministerial. Eles seguravam cartazes que diziam “Ajudem a Ucrânia” e “Parem a agressão russa”.
De acordo com as Nações Unidas, desde o início do conflito entre o Exército ucraniano e grupos separatistas em Donetsk e Luhansk, em abril, mais de 4,3 mil pessoas morreram e quase 10 mil ficaram feridas.