Falta de preservativos na Venezuela afeta programas de prevenção à aids
Desde o fim de 2014, as farmácias venezuelanas estão sofrendo com a falta de camisinha
Internacional|Agência Brasil
A escassez de preservativos afeta os programas de prevenção à aids na Venezuela e poderá comprometer as Metas do Milênio de combate à epidemia e à gravidez precoce, alertou hoje (6) o presidente da organização não governamental StopVIH, Jonhatan Rodríguez.
"Sem um preservativo, não podemos fazer nada. A Venezuela apresentou o terceiro maior índice de infeções de HIV por habitante da América do Sul, segundo dados da Organização das Nações Unidas em relatório correspondente a 2013. O país também tem uma das mais altas taxas de gravidez em adolescentes do continente", disse.
De acordo com Jonhatan Rodríguez, a falta de preservativos afeta as campanhas oficiais e privadas de prevenção ao contágio da doença, porque impedem que seja colocada em prática uma das recomendações mais importantes, a prevenção.
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Para ajudar jovens a saber mais sobre o vírus da aids e prevenir novas infeções, a StopVIH trabalha na elaboração de um aplicativo para smartphones, que estará disponível em breve e gratuitamente para os sistemas Android, RIM (Blackberry) e Windows.
"O aplicativo permitirá que nossa contribuição à sociedade continue crescendo”, informou Rodríguez. Ele acrescentou que o aplicativo é desenvolvido pela própria ONG, com ajuda de profissionais de informática.
Os preservativos desapareceram das prateleiras de farmácias e demais estabelecimentos comerciais do país desde o fim de 2014. A principal queixa das empresas é a dificuldade de acesso a dólares para procedimentos de importação.
O problema é consequência do sistema de controle cambial em vigor, que impede a livre compra de moeda estrangeira no país, sendo necessário recorrer ao Estado para obter as autorizações.
Diante da situação, a StopVIH apelou ao Ministério de Saúde venezuelano para agilizar os procedimentos, de modo que as empresas consigam importar preservativos e "abastecer urgentemente as farmácias e os programas de prevenção de infeções por transmissão sexual".
Na Venezuela, é cada vez mais difícil conseguir produtos essenciais como alguns medicamentos, leite, óleo, café, açúcar, margarina, papel higiênico ou outros produtos básicos de higiene. Diariamente, os supermercados registram filas de clientes à procura de produtos, que, muitas vezes, são levados antes de chegar às prateleiras.
Alguns cidadãos recorrem frequentemente a aplicativos de smartphones para saber aonde chegam produtos escassos e para avisar amigos de sua existência em determinado local. Para consegui-los, os venezuelanos perdem horas em filas de diferentes estabelecimentos comerciais.
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