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França convoca embaixador da Ucrânia para condenar repressão de manifestações

Decepcionada com governo, oposição mantém protestos. Dois manifestantes morreram

Internacional|Do R7

Ucranianos prestam homenagem aos dois manifestantes que morreram durante os protestos nessa semana
Ucranianos prestam homenagem aos dois manifestantes que morreram durante os protestos nessa semana

A França convocará nesta sexta-feira (24) o embaixador da Ucrânia para transmitir a ele sua condenação pela repressão das manifestações em Kiev, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, que disse estar preocupado e indignado.

"Dei instruções ao Quai d'Orsay para que convoque hoje o embaixador da Ucrânia na França, o que é um gesto que demonstra que há uma condenação por parte da França", declarou Fabius à rede I-Télé.

— Foi dada a ordem de disparar contra a multidão, o que é evidentemente inadmissível.

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Protestos continuam


Os líderes da oposição ucraniana manifestaram sua decepção na quinta-feira (23), depois das negociações com o presidente Viktor Yanukovith, e pediram aos manifestantes que continuem mobilizados, mas sem violência.

Segundo a oposição, o governo fez poucas concessões.


Logo após as cerca de quatro horas de discussões, um dos líderes do movimento, Arseni Iatseniuk, mostrou-se otimista, afirmando que havia "muitas chances" de "terminar com o banho de sangue". Depois, em pronunciamento para a multidão reunida na Praça da Independência, ele e outras lideranças estavam menos animados.

"Sei até que ponto a situação é tensa, sei até que ponto são grandes as expectativas, sei que muitos vão se sentir decepcionados", declarou Vitali Klitschko.

"A única coisa que conseguimos em nosso encontro com Yanukovich é uma promessa de colocar todos os militantes em liberdade", afirmou, acrescentando que o presidente descartou qualquer possibilidade de renunciar ao cargo.

O nacionalista Oleg Tiagnybok declarou que o presidente também propôs liberar a rua Gruchevski, palco de violentas cenas de guerrilha urbana desde domingo, em troca da tranquilidade na Praça da Independência, ocupada há dois meses.

O Ministério do Interior confirmou ambos os anúncios em um comunicado.

Novas negociações ainda sem data estão previstas. Nesta quinta, o presidente pediu a convocação de uma sessão extraordinária do Parlamento, prevista para a próxima terça-feira.

"Não vamos nos render", insistiu Klitschko, acrescentando que "é possível mudar de poder sem derramamento de sangue".

Ele disse temer, porém, por novas mortes nos confrontos.

"Nós nos mantemos em guarda, nenhum passo para trás", garantiu Arseni Iatseniuk, do partido da opositora Yulia Timochenko, que continua presa.

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