Líbia alerta Conselho de Segurança da ONU sobre ameaça de guerra civil
As facções são fortemente armadas, o que preocupa ainda mais o governo
Internacional|Do R7
A Líbia alertou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (27) de que pode mergulhar em uma guerra civil de grandes proporções se as facções fortemente armadas do caótico país norte-africano não forem desarmadas.
O conselho, formado por 15 países membros, se reuniu para discutir a situação da Líbia dias depois de seu Parlamento, substituído em uma eleição em junho, voltar ao trabalho e escolher um parlamentar apoiado pelos islâmicos como novo primeiro-ministro.
Com a manobra, o país passou a ter duas assembleias e dois líderes rivais, cada um apoiado por facções armadas.
"A situação na Líbia está complicada", disse o embaixador da Líbia na ONU, Ibrahim Dabbashi, ao conselho. “Ainda assim, desde 13 de julho a situação se tornou ainda mais complicada e pode deteriorar para uma guerra civil de grandes proporções se não formos cautelosos e sábios em nossas ações.”
A data marcou o início dos combates entre milícias rivais pelo controle do principal aeroporto líbio que mataram pelo menos sete pessoas e forçaram a interrupção de todos os voos, o pior confronto na capital em seis meses.
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A votação de junho teve por objetivo reformar as instituições governamentais como forma de interromper os três anos de violência generalizada desde a deposição de Muammar Gaddafi.
Os combates recentes são parte dos tumultos crescentes no país produtor de petróleo, onde o governo é incapaz de controlar as milícias, endurecidas nas batalhas em que ajudaram a depor Gaddafi em 2011, mas que desde então desafiam a autoridade estatal.
“Eu sempre excluí a possibilidade de uma guerra civil, mas a situação mudou”, afirmou Dabbashi.
“No passado, os incidentes de segurança eram limitados, isolados e raros", acrescentou. “Mas agora os confrontos... são entre dois grupos com armamento pesado. Cada um tem seus próprios aliados espalhados nas outras regiões do país.”
Segundo ele, desarmar esses grupos é crucial.