Dzhokhar Tsarnaev poderá receber a pena de morte pelo assassinato de três pessoas e por ter ferido outras 264
Reuters/FBIO julgamento de Dzhokhar Tsarnaev, acusado de ser um dos coautores do atentado à Maratona de Boston em 2013, começará nesta segunda-feira (5). Se condenado, o jovem de 21 anos poderá receber a pena de morte pelo assassinato de três pessoas e por ter ferido outras 264.
Amanhã, começará a ser definido o júri. Serão 12 jurados e seis suplentes, escolhidos dentre 1.200 pessoas.
A defesa de Dzhokhar tentou adiar novamente o julgamento (que deveria ter acontecido no dia 3 de novembro do ano passado), mas o juiz federal George O'Toole rejeitou o pedido. Em nota, o magistrado também se negou a transferir a audiência para fora de Massachusetts.
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É esperado que a defesa do jovem tente provar que seu irmão mais velho, Tamerlan, morto em uma perseguição após o atentado, foi a influência que o levou ao islamismo radical e a protagonizar o pior atentado em solo americano desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Em julho de 2014, o jovem se declarou inocente das 30 acusações que recebe, ao depor pela primeira vez perante um juiz federal.
Entre as acusações estão uso de arma de destruição em massa com resultado de morte e conspiração; atentado em um local público com resultado de morte e conspiração; destruição maliciosa de propriedade com resultado de morte e conspiração; e uso de arma de fogo durante e em relação a um crime violento.
Atentado
Dzhokhar e Tamerlan são acusados de detonar duas bombas artesanais perto da linha de chegada da tradicional Maratona de Boston.
Em seguida, uma caça cinematográfica foi iniciada para encontrar os suspeitos.
Os dois irmãos chegaram a enfrentar a polícia em Watertown, um subúrbio de Boston.
Tamerlan foi morto no dia 18 de abril, mas Dzhokhar conseguiu escapar.
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Ele foi detido horas depois, ferido em um barco no jardim de uma casa.
Uma carta, supostamente escrita por Dzhokhar, foi encontrada no local e dizia: "O governo dos Estados Unidos está matando nossos cidadãos inocentes. Não posso deixar que um mal tão grande fique impune... Nós, muçulmanos, somos um só corpo, se um é ferido, todos são".
Cúmplices
Em outubro do ano passado, um júri condenou Robel Phillipos, amigo de faculdade de Dzhokhar. O jovem de 21 anos foi acusado de ter mentido sobre uma visita ao dormitório do amigo três dias após o ataque.
Phillipos e dois amigos retiraram do quarto do suspeito uma mochila que tinha cápsulas vazias de fogos de artifício. Ele pode ser condenado a até 16 anos de prisão quando for sentenciado, em 29 de janeiro. Até lá, Phillipos permanecerá em prisão domiciliar.
Entre os dois amigos que o acompanharam, estudantes de intercâmbio cazaques, Azamat Tazhayakov foi condenado em julho e Dias Kadyrbayev confessou em agosto ter pego a mochila no quarto durante uma busca pelo suspeito.