“Molina é um delinquente, não um perseguido político”, diz Evo Morales sobre senador que fugiu para o Brasil
Presidente da Bolívia pede que parlamentar seja devolvido a seu país
Internacional|Christina Lemos, enviada especial do Jornal da Record a Panamaribo
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta sexta-feira (30) a jornalistas brasileiros que o senador boliviano Roger Pinto Molina não é um “perseguido político”, mas um “delinquente”. O parlamentar se encontra em Brasília à espera de um asilo político, após deixar a embaixada brasileira em La Paz no último final de semana, onde passou mais de 450 dias asilado.
Após uma reunião da Cúpula da Unasul, que acontece em Paramaribo, no Suriname, MJorales se encontrou coma imprensa brasileira para comentar a fuga do senador.
Morales disse, por quatro vezes durante a entrevista, que Molina é um delinquente, um corrupto, e que espera que ele seja devolvido à Bolívia de forma política.
— Trata-se de um delinquente, de um corrupto. Não é nenhum perseguido político. É um delinquente que tem muitas dívidas com a Bolívia. Ele tem quatro pedidos de prisão e uma sentença.
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Questionado se a solução de enviar o senador para o Uruguai seria viável, Morales respondeu negativamente, exigindo a volta de Molina à Bolívia.
— Não. Quero que, pela via jurídica e política, ele seja devolvido à Bolívia.
Apesar da contundência, o presidente da Bolívia se mostrou confiante com a resolução do problema por vias diplomáticas.
— Com o Brasil resolvemos todos os nossos problemas sem dificuldades. Esse não será diferente. Nossos problemas são resolvidos inclusive no diálogo direto entre presidentes. Há grupos no Brasil que querem nos intrigar com a companheira Dilma, e isso não vai acontecer.
Sobre a atuação do diplomata brasileiro Eduardo Saboia — ex-encarregado de negócios da embaixada em La Paz e que assumiu a responsabilidade pela fuga do senador boliviano —, Morales disse que este é um problema a ser resolvido pelo Brasil.
Roger Pinto Molina é um ferrenho opositor de Morales que ficou asilado na Embaixada do Brasil em La Paz entre 28 de maio de 2012 e 23 de agosto de 2013, quando conseguiu sair da Bolívia e entrar no Brasil graças à cumplicidade de Saboia. O caso levou à demissão do chanceler brasileiro Antonio Patriota, subistituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado, que acompanha a presidente na viagem a Paramaribo.
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