Se a Itália está em crise econômica há sete anos, a "agromáfia" italiana não sabe o que é isso. Ao menos, cinco mil restaurantes estão nas mãos de grupos criminosos e a produção de alimentos em empresas ligadas à máfia teve um aumento de 10% em 2014.
O alerta foi dado pela Confederação Nacional dos Cultivadores Diretos (Coldiretti), pelo Instituto Eurispes e pelo Observatório sobre a Criminalidade na Agricultura através de relatório que mede a influência dos mafiosos na cadeia de produção alimentar.
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"Produção, distribuição e vendas estão cada vez mais influenciadas e gerenciadas pelo poder do crime, exercidas de maneiras refinadas através de financiamentos e interesses societários, a conquista de marcas prestigiosas e o condicionamento do mercado", observa o estudo.
Os interesses da "agromáfia" se dividem em cadeias comercias com grande distribuição, na produção e nas áreas de turismo rural. Além disso, eles fazem o gerenciamento de circuitos ilegais de importação e exportação de alimentos que não tem identificação de origem e de rastreio.
Segundo as entidades, o método ocorre em todo o país e é feito através de intermediários complacentes, empresas, hotéis, exercício de cargos públicos e atividades comerciais.
O setor de serviços é o mais afetado, de acordo com o relatório. Nele, os mafiosos têm assegurada a possibilidade fazer a lavagem de dinheiro sujo do tráfico e de jogos ilegais e ainda conseguem criar novas formas de controle territorial.
Ainda segundo o estudo, a movimentação financeira deles atinge, ao menos, 1,5 bilhão de euros por ano — o que dá 120 milhões de euros por mês e 4 milhões de euros por dia.