"Não há testemunha" sobre a morte de promotor argentino, segundo autoridade
No momento, o corpo de Alberto Nisman estaria passando por uma autópsia
Internacional|Do R7
Os investigadores que tentam esclarecer a morte do promotor argentino não encontraram nenhuma carta ao lado do corpo e já deram início à autópsia, cujos resultados serão conhecidos ainda nesta segunda-feira (19), informaram fontes da promotoria.
"A autópsia já começou", informou aos meios de comunicação a promotora Viviana Fein em sua saída do edifício no qual Nisman vivia na capital argentina, onde foi encontrado morto.
— Não sabemos se o promotor dormiu ou não dormiu, temos a hora de data de falecimento, foi antes do jantar (do sábado).
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"Não há testemunhas, não há vizinhos, não há nenhuma carta. Não houve oportunidade de falar com vizinhos, mas, a princípio, também não houve necessidade de falar com eles", disse Fein, que apontou que também não foram questionados os dez policiais que faziam a segurança de Nisman.
Além disso, a promotora assegurou que foram solicitadas "inúmeras provas de distintas divisões científicas-técnicas da prefeitura e da Polícia Federal", incluindo revisões de câmeras de segurança e de telecomunicações.
Fein também confirmou os dados já divulgados pelo Ministério de Segurança em comunicado na noite passada, segundo os quais o corpo de Nisman foi achado no banheiro de seu apartamento, junto a uma pistola calibre 22 e uma cápsula de projétil de bala.
O alarme "soou" quando os guardas de Nisman perceberam que ele não havia retirado de sua porta o jornal de domingo e nem respondia ao telefone e assim, decidiram notificar aos parentes.
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O corpo foi encontrado por sua mãe, que conseguiu entrar na casa com ajuda de um serralheiro, porque a porta estava fechada com chave do lado de dentro.
A descoberta do corpo aconteceu horas antes do comparecimento de Alberto Nisman previsto para hoje perante o Congresso, para detalhar a denúncia contra a presidente argentina, Cristina Kirchner, e vários de seus colaboradores pelo suposto encobrimento dos supostos autores do atentado contra Amia, que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos em 1994.
Ao apresentar a denúncia, Alberto Nisman afirmou perante a Justiça que contava com gravações de conversas telefônicas entre autoridades iranianas, agentes de inteligência e mediadores argentinos que, segundo o promotor, demonstrariam que a Argentina assinou um memorando de entendimento com o Irã que envolveria o encobrimento de alguns dos principais suspeitos do atentado.
Segundo Nisman, o encobrimento buscava como contrapartida um impulso do comércio bilateral e a troca de petróleo por grãos em um contexto de crise energética no país sul-americano.
Após a denúncia, o governo se apressou para acusar o promotor de mentir e de se deixar levar por conflitos internos na Secretaria de Inteligência, enquanto a oposição reivindicou que se tratava de uma denúncia de urgência, o que foi negado pela Justiça na quinta-feira (15).
O atentado contra a Amia deixou 85 mortos e 300 feridos em 18 de julho de 1994, dois anos depois que uma bomba explodiu diante da embaixada de Israel em Buenos Aires e provocou a morte de 29 pessoas.
A investigação e a comunidade judaica atribuem ao Irã e à organização Hezbollah o planejamento e execução de ambos atentados.
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