Paraguai aceita Venezuela no Mercosul, mas pede resolução jurídica
Horacio Cartes tomou posse nesta semana encerrando o período de suspensão do país no bloco
Internacional|Do R7
O presidente paraguaio, Horacio Cartes, disse nesta sexta-feira (16) que não se opõe à presença da Venezuela no Mercosul, mas sustentou que sua integração ao bloco gera um problema jurídico que os chanceleres deverão resolver.
"Não há problema para a entrada da Venezuela, mas temos diferenças. Para nós, a entrada de um sócio não-pleno tem que ser por unanimidade", disse o novo chefe de Estado que fez o juramento na quinta-feira (15), para um período de cinco anos.
Maduro felicita Cartes e defende retorno imediato do Paraguai ao Mercosul
Peru anuncia fim da suspensão do Paraguai da Unasul
Paraguai reage a decisões do Mercosul
Cartes disse ter conversado sobre o tema com os presidentes da Argentina, Brasil e Uruguai, que assistiram a sua posse e que concordaram em discutir a solução com ministros das Relações Exteriores.
"É preciso resolver a questão juridicamente e por isso, pedimos aos chanceleres para resolver esse problema", insistiu Cartes.
"Nossa predisposição é total", reiterou em coletiva de imprensa.
O presidente observou que os demais presidentes dos países fundadores do bloco interpretam que devido à suspensão do Paraguai — após a destituição do presidente esquerdista Fernando Lugo em junho de 2012 — eles podiam admitir outro sócio não-pleno, como fizeram com a Venezuela.
O presidente mencionou a carta de seu homólogo venezuelano Nicolás Maduro no dia de sua posse presidencial, apesar de esclarecer que não recebeu a carta pessoalmente, mas pela mídia.
O novo governante lembrou que seus emissários foram a Montevidéu antes da cúpula do Mercosul — em julho — para buscar uma saída jurídica para a situação e reivindicar a presidência temporária do bloco regional, que caberia ao país depois do Uruguai.
"Pedimos a presidência temporária porque (a entrada da Venezuela) precisa da resolução do Senado paraguaio" (de maioria cartista), pontuou.
Contudo, os presidentes do Uruguai, Argentina e Brasil resolveram ceder a presidência temporária à Venezuela.
"Nós queremos que estejamos todos no Mercosul", disse em tom conciliador.
Quando foi consultado sobre se o Paraguai poderia voltar a integrar o bloco antes de dezembro, quando a Venezuela entregará a presidência à Argentina, respondeu: "Depende".
"O tempo é o melhor aliado. O que está na mesa é a predisposição do Paraguai, da Argentina, de Brasil".
"Se os chanceleres encontram a solução amanhã, voltaremos amanhã", mas antecipou: "Vai levar um tempo".
O que acontece no mundo passa por aqui
Moda, esportes, política, TV: as notícias mais quentes do dia