Presidente filipino suspende polêmica política contra drogas
Mais de 7.000 pessoas foram mortas acusadas de tráfico
Internacional|Da Ansa
O polêmico presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, mandou suspender a "guerra contra as drogas" no país para aprofundar o combate à corrupção policial. Até o momento, estima-se que a ação militar determinada por Duterte tenha provocado a morte de mais de 7.000 pessoas.
Muitas dessas mortes são contestadas pela oposição ao governo e por grupos de defesa dos direitos humanos, dizendo que policiais estavam matando rivais políticos do presidente e pessoas que nada tinham a ver com as drogas.
Uma dessas mortes foi o motivo que levou Duterte a ordenar a pausa no programa. Em outubro, o empresário sul-coreano Jee Ick-joo e uma de suas assistentes foram sequestrados em sua casa em Manilla e levados para um posto da polícia sob o pretexto de que eles tinham envolvimento com tráfico.
Presidente filipino se compara a Hitler e diz que gostaria de 'matar milhões de viciados em drogas'
Itamaraty acompanha jovem brasileira presa nas Filipinas por tráfico de drogas
Lá, liberaram a mulher, mas espancaram Ick-joo até a morte. Os policiais ainda tentaram pedir um resgate à mulher do sul-coreano, fingindo que ele ainda estava vivo.
Na noite deste domingo (29), Duterte fez um pronunciamento em que afirmou que a polícia do país é "corrupta até a raiz" e que fará uma "limpeza" na corporação antes de continuar com a ação anti-drogas. Segundo a mídia local, aqueles que foram acusados de corrupção, serão enviados ao sul das Filipinas para enfrentar grupos terroristas.
O presidente ainda anunciou que irá prorrogar o plano de combate aos traficantes até 2022, quando termina seu mandato, e não até este ano, que era a previsão inicial. Essa é uma das promessas de campanha de Duterte que, apesar de ter matado pessoas inocentes, é aprovada pela maioria dos filipinos.