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Sem ajuda internacional, "invasão" de refugiados sírios ameaça a existência do Líbano, afirma diplomata

Atualmente, uma em cada cinco pessoas que vive no país veio da Síria

Internacional|Marta Santos, do R7

Mulher e seus três filhos são fotografados em um campo de refugiados no Líbano
Mulher e seus três filhos são fotografados em um campo de refugiados no Líbano Mulher e seus três filhos são fotografados em um campo de refugiados no Líbano

Com a chegada de mais de 1,5 milhão de refugiados sírios nos quatro últimos anos, o Líbano está sofrendo uma “invasão demográfica de proporções épicas, que ameaça a própria existência do país”, afirma a diplomata libanesa Abir Taha entrevistada com exclusividade pelo R7. Neste domingo (20), quando é celebrado o Dia Mundial do Refugiado, a autoridade alerta que, por ser um país pequeno e pobre, no qual grande parte da própria população vive na linha da pobreza, o Líbano depende completamente da ajuda internacional para acolher esses refugiados.

Atualmente, uma em cada cinco pessoas que vive no país veio da Síria, fugindo da guerra civil que assola o país desde 2011. Com a chegada dessas pessoas, o Líbano se tornou a nação com a maior concentração per capita de refugiados de todo o mundo: são 1,5 milhão de refugiados para uma população de 4,4 milhões. Para se ter uma ideia da dimensão desse número, seria como se 40 milhões de pessoas chegassem ao Brasil no período de quatro anos.

— Isso não ameaça apenas o frágil tecido sóciodemográfico e econômico libanês, mas também a segurança e a estabilidade de todo o Líbano. É uma presença equivalente a uma invasão demográfica literal de nosso país, que é incapaz de lidar com esse fluxo diário maciça de sírios.

São consideradas refugiadas as pessoas que deixam seus países por temor de perseguição racial, religiosa, política ou devido a conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos. A Síria é o país de onde saem mais refugiados e o Líbano é terceiro país de todo o mundo que mais os recebe.

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Nesse contexto, a diplomata libanesa ressalta a importância da participação das grandes economias mundiais, que podem contribuir com recursos financeiros para ajudar essas nações.

— Até agora, a comunidade internacional nos ofereceu muito pouca ajuda para lidar com essa enorme migração que está se tornando um fardo muito pesado. O Líbano, por conta própria, não tem meios para lidar com esse problema.

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Segundo Andrés Ramirez, representante do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) no Brasil, 86% dos refugiados de todo o mundo foram acolhidos por nações pobres ou em desenvolvimento em 2014. Entre eles, 25% se dirigiram aos países mais pobres do globo.

— A própria população desses países já vive em uma situação muito precária e, por isso, é muito difícil para eles acolherem os refugiados. Nove entre os dez países que mais receberam refugiados são pobres.

Assim como a diplomata, Ramirez também afirma que o grande número de refugiados que estão espalhados pelo mundo, cerca de 8.000 deles no Brasil, é um problema global e deve ser resolvido a partir de uma aliança internacional.

— Os governos mais fortes precisam atuar, principalmente, em três áreas: ajudando na resolução dos conflitos que levam as pessoas a deixarem seus países, colaborando financeiramente com as nações que acolhem os refugiados e sendo mais generosos quando eles chegam aos países ricos.

Como 7ª maior economia mundial e um líder na América Latina, o Brasil também tem um papel importante na resolução desses problemas, diz Abir Taha.

— O Brasil é um importante “player” mundial e tem uma grande voz nas instâncias internacionais e regionais, como OEA [Organização dos Estados Americanos], Mercosul, Unasul e, claro, as Nações Unidas. Ele pode contribuir para encontrar uma solução política para a crise síria, bem como a luta contra o terrorismo de uma forma abrangente e eficiente.

Síria é o país de onde mais saem refugiados em todo o mundo e o Líbano é o terceiro que mais os recebe
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