Destroços do avião da Malásia que caiu no último dia 17 no leste ucraniano
ReutersRebeldes pró-russos que ocupam regiões do leste da Ucrânia reconheceram nesta segunda-feira (28) que perderam o controle de uma parte do local em que o voo MH-17 caiu, frente aos avanços das forças ucranianas que anunciaram a entrada em várias cidades próximas.
"Os ucranianos tomaram uma parte do território da queda", declarou à imprensa Vladimir Antiufeev, número dois do governo da autoproclamada República de Donetsk, de acordo com informações do tabloide britânico Daily Mail.
Autoridades ucranianas disseram que suas tropas haviam recuperado o controle de duas cidades próximas ao local da queda do avião e estavam tentando tomar a vila de Snezhnoye, perto de onde os governos da Ucrânia e dos Estados Unidos alegam que os rebeldes dispararam o míssil que derrubou a aeronave, matando as 298 pessoas a bordo. Uma milícia pró-governo disse que 23 de seus homens foram mortos em combates nas últimas 24 horas.
A análise da caixa preta do avião mostrou que ele foi destruído por estilhaços de uma explosão do míssil que causou uma "enorme descompressão explosiva", disse uma autoridade da Ucrânia nesta segunda-feira.
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Abate do avião na Ucrânia pode ser crime de guerra, segundo a ONU
Os investigadores na Grã-Bretanha, que acessaram os dados, não fizeram nenhum comentário. Eles disseram que tinham passado as informações para os responsáveis pela investigação internacional do caso, liderada pela Holanda, cujos cidadãos constituem dois terços das vítimas.
Em um relatório sobre os três meses de combates entre forças do governo e rebeldes separatistas que criaram "repúblicas" pró-Rússia, no leste, a Organização das Nações Unidas disse que mais de 1.100 pessoas foram mortas.
A comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, declarou que os combates cada vez mais intensos nas regiões de Donetsk e Luhansk são extremamente alarmantes e que a derrubada do avião da Malásia em 17 de julho pode configurar um crime de guerra.
Líderes ocidentais dizem que os rebeldes quase certamente derrubaram o avião por engano, com um míssil russo. A Rússia responsabiliza o governo ucraniano.
O líder rebelde Vladimir Antyufeyev disse a repórteres em Donetsk que os combatentes separatistas escoltavam os especialistas internacionais até o local da queda do avião, mas tiveram de voltar devido aos combates.