Tropas do grupo miliciano Wagner anunciam que vão recuar para evitar 'banho de sangue'

Milicianos que estavam indo a Moscou, vindos do sudoeste da Rússia, estão retornando a seus acampamentos

24/06/2023 - 15h09 (Atualizado em 15/02/2024 - 19h21)

O líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou neste sábado (24) que seus homens, que se dirigiam a Moscou a partir do sudoeste da Rússia, retornam aos acampamentos, para evitar um banho de sangue.

"Agora é a hora em que o sangue pode correr. Por isso, nossas colunas recuam, para retornarem aos acampamentos", declarou Prigozhin em mensagem publicada no aplicativo Telegram.

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Desde o anúncio da rebelião, na véspera, os homens do Wagner estavam presentes em três regiões russas: Rostov, Voronej e Lipetsk.

Antes do anúncio de Prigozhin, o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, aliado de Putin, declarou que havia negociado com o líder paramilitar para "deter os movimentos" de seus homens e evitar uma nova escalada, e que este havia aceito a proposta.

Veja fotos do motim do grupo paramilitar Wagner contra o Exército russo

As forças do grupo paramilitar Wagner entraram na cidade
russa de Rostov, no sul da Rússia, e tomaram as instalações militares do local neste sábado (24)

O motim foi originado na disputa de poder entre os
comandos militares russos. O líder do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin,
responsabiliza os russos pelas baixas em suas tropas no leste da Ucrânia

De acordo com Prigozhin, a tomada da base militar do Exército russo em Rostov foi realizada sem a necessidade de efetuar um único disparo

"Entramos em Rostov e, sem um único tiro, tomamos o prédio da sede", descreveu Prigozhin após o início da rebelião

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chamou
o motim de "traição" e prometeu punir os mercenários. Segundo
ele, o movimento representa uma "ameaça mortal" e o risco de uma
"guerra civil" para o país, em pleno conflito com a Ucrânia

O líder dos mercenários garante ainda ter o
apoio da população e afirma que o grupo Wagner está "realizando uma marcha
por justiça"

Prigozhin afirma que é preciso "frear" as
lideranças militares russas e prometeu "ir até o fim", após ter acusado o
comando militar russo de ordenar bombardeios contra as bases de seu grupo
paramilitar

O líder do grupo Wagner também relatou que seus combatentes haviam derrubado um helicóptero militar russo

O grupo paramilitar Wagner, privado, esteve envolvido em
conflitos no Oriente Médio e na África, mas sempre negou sua participação

Eles lideraram a tomada de Bakhmut, que se estendeu durante
meses, e reivindicaram ter conquistado essa cidade para as tropas russas, embora a
operação tenha causado muitas baixas no grupo

As forças do grupo paramilitar Wagner entraram na cidade russa de Rostov, no sul da Rússia, e tomaram as instalações militares do local neste sábado (24)