O Mercado Central, ponto turístico obrigatório para quem passa pela capital mineira, acaba de ganhar uma nova atração. A história de Maria da Conceição da Silva, de 41 anos, é tão inspiradora quanto o tradicional prédio.
Ela nasceu em Pernambuco e já foi servente de pedreiro, doméstica, balconista, vendedora e pintora de parede. Depois de morar no Ceará, no Maranhão, no Piauí e na Paraíba, ela veio parar em Belo Horizonte.
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Conceição conta que foi ao Mercado Central para procurar uma farinha essencial para fazer a tradicional tapioca. Ela estava precisando de um emprego e, ao andar pelos corredores de lojas, teve a ideia de se candidatar para trabalhar ali. Depois de conversar com a equipe de limpeza, Conceição descobriu que havia vaga para faxineira e foi selecionada.
Em menos de uma semana, o nome de Maria da Conceição foi parar na Superintendência do Mercado. Algumas colegas tinham escutado uma conversa sua ao telefone, não entenderam nada do que era dito e se reportaram aos gerentes.
O mistério da fala indecifrável de Conceição foi logo resolvido: ela contou que já morou em quatro países da Europa e fala inglês, espanhol, italiano, holandês, um pouco de alemão e de hebraico.
Luiz Carlos Braga, superintendente do Mercado, conta que se impressionou com a história assim que ela foi contada pela Gerente de Recursos Humanos. Braga estava à procura de um profissional de turismo para o estabelecimento e imediatamente viu potencial em Conceição.
— Quando ela me mostrou o passaporte dela e me contou a história, eu pensei que ela era a pessoa que eu estava procurando.
Conceição foi promovida para agente de turismo e vai ganhar um salário 40% maior que o anterior. Ela afirmou que gostaria de compartilhar com suas colegas um pouco de seu conhecimento.
— Eu pretendo fazer com que elas aprendam um pouco do que eu sei ou até mais do que eu sei.