Imagens gravadas por pessoas que estiveram no jogo entre o Cruzeiro e Grêmio, nesta quarta-feira (26), no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, mostram o torcedor que morreu, após a partida, agonizando no chão. A namorada de Eros Belizardo, de 37 anos, disse que o rapaz foi espancado por seguranças do estádio.
As imagens, que foram gravadas logo depois a confusão com os vigias, mostram Belizardo desacordado e amigos tentando ajudar o cruzeirense. É possível ouvir um segurança tentando impedir que um dos torcedores filmassem a cena, mas ele questiona.
— Eu posso postar na internet. Eu sei meus direitos.
Eric Martins é um dos homens que aparecem nas imagens tentando socorrer Belizardo. Segundo ele, a vítima estava com uma lesão nas costas e expelia um líquido vermelho pela boca.
— Inicialmente não deu para ver a lesão porque ele estava agonizando. Parecia que ele estava engasgando. Eu tentei virá-lo de lado ai saiu uma saliva avermelhada. Então eu vi uma lesão nas costas dele.
Agressão
Eros Belizardo morreu após uma partida, pela semi final da Copa do Brasil, entre Cruzeiro e Grêmio no estádio do Mineirão. Segundo funcionários do ambulatório do estádio, Belizardo passou mal durante o jogo, foi socorrido por brigadistas e levado até o posto médico. Ele foi levado ainda com vida para o Hospital Odilon Behrens.
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De acordo com uma Secretaria Municipal de Saúde, o torcedor chegou na unidade de saúde com múltiplos traumas e já sem vida. Alexandra Luciana de Abreu, que estava com o rapaz dentro do estádio, acusa seguranças de agressão quando Belizardo tentava passar de um setor para o outro.
— O segurança deu um “mata-leão” e o levou para um “quartinho”. Em seguida, tamparam a boca e ele desmaiou. Depois, eles voltaram, colocaram no chão e chamaram o socorro. Em uma gravação, a namorada da vítima, que também estava no jogo, acusa os seguranças de ter espancado Belizardo até a morte.
— Pegaram ele e levaram para um quartinho e dois [seguranças] espancaram ele até vim a óbito.
Confusão
Leandro Freitas, que é um dos diretores da torcida organizada “Pavilhão Independente”, da qual a vítima também fazia parte, afirmou que a morte do amigo teria sido em represália a uma recente confusão do grupo dentro do estádio. Segundo ele, no tumulto durante a partida contra o Corinthians, os policiais teriam agido com violência e os membros da torcida revidaram.
— Por causa disso, algumas pessoas já tinham avisado que eles teriam falado que iam tentar pegar algum dos integrantes da Pavilhão fora do conjunto. Como o Belizardo e a Alessandra eram os únicos que foram para o portão vermelho, parece que eles já fizeram propositalmente.
A diretoria do Cruzeiro prestou solidariedade à família do torcedor. Em nota o Minas Arena lamentou o ocorrido e informou que não vai se pronunciar sobre o comportamento dos seguranças. A Prosegur, que é a empresa responsável pela segurança nos jogos, declarou que está colaborando com as investigações.
Imagens do circuito interno do estádio foram enviadas para a Polícia Civil, que investiga o caso. O corpo de Belizardo vai foi enterrado, na tarde desta sexta-feira (28), em Belo Horizonte.
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