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José Alberto Castro confessa participação na Chacina de Unaí

Réu afirma ter intermediado o assassinato do fiscal Nelson José da Silva 

Minas Gerais|Do R7

Apontado como mandante do crime, Norberto Mânica (camisa azul) negou ter contratado pistoleiros para matar servidores
Apontado como mandante do crime, Norberto Mânica (camisa azul) negou ter contratado pistoleiros para matar servidores Apontado como mandante do crime, Norberto Mânica (camisa azul) negou ter contratado pistoleiros para matar servidores

Em depoimento na noite de quinta-feira (29), o réu José Alberto Castro confessou sua participação no assassinato de quatro servidores do Ministério do Trabalho em 2004, no crime que ficou conhecido como "Chacina de Unaí". Castro afirmou ter intermediado a contração de pistoleiros para a execução.

Ele disse que intermediou apenas a morte do fiscal Nelson José da Silva e que só soube do assassinato dos demais auditores depois. A defesa do réu se concentrou em tentar convencer os jurados de que Castro teria responsabilidade por apenas um homicídio e não quatro e tentou imputar ao réu Hugo Alves Pimenta a autoria dos demais assassinatos.

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Pistoleiro confessa duas mortes e entrega "Rei do Feijão" como mandante

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O depoimento do réu terminou por volta de 22h e o julgamento deve ser retomado na manhã desta sexta-feira (30) com a fase de debates entre acusação e defesa.

Já a partir do dia 4 de novembro, está previsto o início do julgamento do ex-prefeito de Unaí e irmão de Norberto, Antério Mânica. Ele também é apontado como mandante do crime, mas teve o julgamento desmembrado dos demais réus. Já Hugo Alves Pimenta será julgado no dia 10 de novembro.

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Mânica nega crime

Conhecido como "Rei do Feijão" e apontado como mandante do crime o fazendeiro Norberto Mânica também foi ouvido na quinta-feira e negou que tenha ordenado a morte do servidores do Ministério do Trabalho. Ele tentou desqualificar os depoimentos de outros réus que já o apontaram como responsável por contratar pistoleiro.

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Mas, conforme o depoimento do empresário Hugo Alves Pimenta, também réu no processo e ouvido no dia anterior, Mânica pediu a ele o contato de pistoleiros para matar o auditor Nelson José da Silva. E, após o crime, ao perguntar ao fazendeiro se ele se arrependia dos assassinatos este teria dito: "O Nelson eu mataria mil vezes".

Relembre o caso 

Em 28 de janeiro de 2004, os três fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram mortos a tiros em uma emboscada em uma estrada de terra, próxima de Unaí, na região noroeste do Estado. Na ocasião, as vítimas faziam visitas de rotina a propriedades rurais.

O carro do Ministério do Trabalho foi cercado por homens armados, que mataram os fiscais à queima-roupa, ainda atados aos cintos de segurança. A fiscalização visitava a região devido à denúncias sobre trabalho escravo.

Apenas nove anos depois, o caso começou a ser julgado, em razão, principalmente, dos recursos interpostos por alguns dos acusados. No entanto, nenhum dos mandantes tinha sido julgado pelo crime. Apenas os pistoleiros foram condenados pela chacina dos trabalhadores.

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