O TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) manteve a condenação do ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), a 20 anos e dez meses de prisão por lavagem de dinheiro e peculato no processo do Mensalão Mineiro. Os recursos contra a pena foram analisados, nessa terça-feira (22), em julgamento que se estendeu até o início da madrugada desta quarta-feira (23), em Belo Horizonte. Dois desembargadore votaram a favor da manutenção da pena e um votou contra.
Desde o início da sessão, o ministério público afirmou que tinha provas suficientes sobre o envolvimento de
Azeredo em um esquema de desvio de recursos públicos do Governo para financiar a reeleição dele, em 1998. O tucano não compareceu à sessão, mas alguns parentes dele acompanharam o julgamento. No documento, os desembargadores explicaram que Azeredo só será preso depois esgotar todos os recursos no TJ. A decisão ainda cabe recurso e o condenado continua em liberdade.
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Em 2007, quando já era senador, Azeredo foi denunciado por lavagem de dinheiro e peculato. Em março de 2015, o tucano renunciou ao mandato de deputado e perdeu o foro privilegiado. O processo saiu do STF (Supremo Tribunal Federal) e foi para a primeira instância, onde o político foi condenado. Ele recorreu em liberdade e hoje atua como consultor de empresas.
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Segundo a acusação, Azeredo se valeu de uma rede de captação ilegal de recursos para financiar sua campanha envolvendo empresas públicas e privadas em esquema de caixa dois, sem declaração à Justiça Eleitoral. Um dos "operadores" da rede era o publicitário Marcos Valério Fernandes, que, segundo o STF, cumpriu o mesmo papel no caso do mensalão que envolveu políticos do PT e foi condenado por sua participação neste esquema a 40 anos de prisão.
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O esquema usava liberação de estatais, como a Copasa e a antiga Comig, para agências de publicidade, como a SMP&B, de Marcos Valério, para promover eventos esportivos. Ao mesmo tempo, o banco estatal Bemge liberava empréstimos para a agência e estes valores eram pagos com recursos obtidos pelo próprio banco por meio de contratos de publicidade simulados com as estatais.
Azeredo é um dos fundadores do PSDB, em 1988, e ao longo de sua vida política foi deputado, senador, prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais.