Laudo da PC apontou série de erros na construção
PM/DivulgaçãoO Ministério Público de Minas Gerais quer que as empresas responsáveis pelo projeto e execução da obra do Viaduto Batalha dos Guararapes, que desabou em julho deste ano matando duas pessoas, devolvam o dinheiro gasto na construção da estrutura. As duas alças custaram cerca de R$ 10 milhões.
Representantes da Cowan, Consol e da Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital) participaram nesta terça-feira (16) de uma reunião com o promotor Eduardo Nepomuceno, que aguarda a prefeitura decidir se vai ou não reconstruir o viaduto.
— Nós vamos buscar uma solução jurídica que envolve a reparação do dano, que será cobrada dessas empresas. Para isso, preciso de uma definição se haverá ou não reconstrução desse viaduto.
Apesar de o prefeito Marcio Lacerda ter dito nessa segunda-feira (15) que não há planos para um novo elevado na avenida Pedro 1º, a Sudecap pediu prazo de um mês para decidir o que vai ser feito.
Mesmo que novas obras sejam descartadas, o promotor garante que as companhias irão arcar com o gasto da obra que desabou.
— Se a opção não for reconstrução, nós vamos perseguir a devolução do que foi gasto, cobrando também eventuais prejuízos para a sociedade.
Tanto a Consol quanto a Cowan não se manifestaram sobre a possibilidade de devolver o valor da construção.
Laudo
A perícia técnica da Polícia Civil encontrou uma série de erros na construção do viaduto. De acordo com o laudo, houve falhas na construção e no projeto que deu origem ao elevado. Até então, a perícia contratada pela construtora Cowan, responsável pela obra do viaduto, havia apontado apenas erros no projeto realizado pela empresa Consol.
O documento aponta ainda responsabilidade da Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital), que não teria fiscalizado a obra, e também não teria revisado o projeto da Consol, que foi enviado à Cowan com um erro de cálculo em relação à quantidade de aço necessária para sustentação do elevado.
Entretanto, até o momento, nenhuma das partes foi indiciada e o relatório da perícia ainda está sob análise do delegado responsável pelo caso. A previsão da Polícia Civil é de que o inquérito só seja concluído em dezembro deste ano. O órgão também informou que não irá se posicionar sobre as informações do laudo que vazaram à imprensa.
Já a Sudecap e a Cowan informaram que não irão se pronunciar sobre a perícia oficial porque ainda não tiveram acesso ao relatório. A Consol enviou uma nota à imprensa reafirmando que houve alterações no projeto feito pela empresa e apontando a retirada do escoramento e a abertura de janelas como alguns dos erros que podem ter levado à tragédia.