Ranking de reclamações cresce rapidamente no site
ReproduçãoDesrespeito, atrasos, ônibus lotados, descumprimento de itinerário: todos estes trantornos fazem parte da vida de quem depende do transporte coletivo em Belo Horizonte. O programador Luiz Felipe Pedone, de 26 anos, engrossa as estatísticas. Insatisfeito e cansado de enviar reclamações para a BHTrans, empresa que gerencia o setor na cidade, ele decidiu tomar uma atitude.
Há pouco mais de uma semana, criou o Não Move, site voltado para quem quer divulgar os problemas que já passou com os coletivos da capital mineira.
Tudo começou na sexta-feira da Semana Santa. Com a escala de viagens reduzida devido ao feriado, Pedone foi obrigado a esperar mais de uma hora no ponto de ônibus para conseguir voltar para casa. Conversando com outras pessoas no ponto, ele notou que o problema era recorrente: muitos ali já haviam registrado reclamações, mas nada adiantou.
— Queria fazer algo, um espaço em que pudéssemos reclamar e qualquer pessoa poderia ver. Eu mandava algumas reclamações para a BHTrans e eles me respondiam, mas acho o site mais transparente mesmo.
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Em poucos dias, a página recebeu cerca de 150 registros. O número de visitantes cresceu rapidamente: hoje, aproximadamente 2.000 acessam o Não Move. No Facebook, já são quase 100 novas curtidas por dia. Desrespeito com o usuário, atrasos e lotação são líderes no ranking de problemas relatados pelos internautas. A linha que apresenta mais críticas até agora é a 5201 (Dona Clara/Buritis).
O recém-implantado sistema BRT/Move, que serviu de inspiração para o nome do portal, também aparece em algumas mensagens enviadas pelos usuários, segundo o criador da página. Ele afirma que a principal crítica é referente à suspensão de linhas que circulavam na zona norte da cidade. Pedone planeja agora expandir as atividades, conseguir novos colaboradores para gerenciar as postagens e ainda estuda a possibilidade de incluir outras cidades no roteiro de reclamações.
Sobre a realidade atual do transporte e trânsito em Belo Horizonte, ele reflete que “os problemas são muitos” e aposta na conscientização de poder público e população para melhorar o cenário.
— A falta de um transporte público de qualidade gera problemas para todos os lados com relação à mobilidade urbana, já que muita gente prefere usar carro. Mas a causa também está associada à falta de envolvimento da população com o transporte público, de optar pelo automóvel e, assim, piorar os congestionamentos.