Com avanço de zika, mortes com causa indefinida serão revistas
Estratégia tem como objetivo identificar se as mortes têm ligação com o vírus
Saúde|Do R7
Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas vão analisar novamente vísceras de pacientes que morreram sob suspeita de dengue grave, cujos exames deram inconclusivos. A estratégia tem como objetivo identificar se as mortes, ainda de causa não esclarecida, foram provocadas pelo zika.
Até agora foram registradas duas mortes causadas pelo vírus no País. O achado é considerado de extrema relevância por autoridades sanitárias pois não havia nenhum registro, no Brasil ou no mundo, de que o zika poderia levar à morte.
Conforme adiantou a reportagem, vestígios do vírus foram identificados em uma adolescente do Pará. A suspeita inicial era que a morte havia sido provocada por dengue grave. Diante do avanço do zika, pesquisadores do Evandro Chagas decidiram fazer uma nova análise do material e identificaram a presença do vírus.
O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, disse que "era um caso diferente da primeira morte confirmada, de um paciente com lúpus".
— Ele já apresentava condições que o deixavam mais debilitado. Ao que tudo indica, a adolescente não apresentava nenhuma doença prévia.
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Não há ainda explicações sobre o que levaria a doença a provocar a morte. Maierovitch cita duas hipóteses que deverão ser analisadas por equipes de pesquisa do Brasil e do exterior. A primeira é a de que o zika no País teria atingido um número muito alto de pacientes - potencializando casos graves.
Outra corrente a investigar é o fato de a epidemia do zika atingir pela primeira vez um País em que boa parte da população já teve dengue.
— O organismo, que já tem anticorpos para dengue, poderia entrar em 'pane' ao ter contato com outro agente infeccioso, que guarda certa semelhança com o da dengue.