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Dietas das famosas podem causar queda de cabelo, anemia e até infecções

Regimes que restringem alimentação devem ser realizados com orientação médica

Saúde|Vanessa Sulina, do R7*

Melhor dieta é balancear a alimentação
Melhor dieta é balancear a alimentação Melhor dieta é balancear a alimentação

Carnaval já passou, o ano realmente começa e, para muita gente, é um bom momento para começar a fazer regime e eliminar os quilinhos indesejados. Opções de dietas não faltam. É a da proteína, do líquido, da papinha, dieta Dukan ou até mesmo da sopa. A lista de opções é extensa, mas todas têm um ponto em comum: a restrição alimentar. Quem seguir qualquer um desses regimes, sem orientação profissional, deixará de consumir nutrientes essenciais ao organismo, e poderá sofrer prejuízos na saúde, como anemia, osteoporose, fraqueza e até queda de cabelo.

A endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Tarissa Beatrice Zanata Petry explica que a restrição calórica, quando feita de forma inadequada, pode comprometer significativamente o consumo de micro e macronutrientes, que são importantes ao organismo.

— A restrição alimentar pode prejudicar a ingestão de vitaminas, como o ferro, que poderá aumentar o risco de anemia, por exemplo. As dietas que restringem o consumo de lactose podem reduzir também o consumo de cálcio, o que poderá levar à osteoporose. A falta de nutrientes essenciais ao funcionamento adequado do organismo, como vitaminas, proteínas e eletrólitos, também pode causar queda de cabelo, unhas quebradiças e aumentar o risco de infecções. A falta de carboidratos também pode acarretar em fraquezas, mal-estar e falta de atenção.

Além dos impactos negativos no organismo, a nutricionista e doutoranda pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Deborah Masquio afirma que as “dietas restritivas podem ajudar a reduzir peso rapidamente, mas não são consideradas uma estratégia saudável e efetiva em longo prazo”, já que provocará o indesejado “efeito sanfona”.

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— Esses tipos de regimes não são mantidos por longos períodos, então, favorece o retorno aos hábitos alimentares inadequados, o que leva ao efeito sanfona caracterizado por constantes ciclos de engordar e emagrecer. Ou seja, dieta restritiva não muda comportamento alimentar de forma efetiva, e nem é a solução ideal para as pessoas que querem emagrecer com saúde.

Para a especialista, o recomendado é perder peso “em médio e longo prazo”.

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— A perda de peso considerada saudável pelos órgãos de saúde é cerca de 0,5 a 1,5 kg por semana, que deve ser acompanhada por uma mudança no estilo de vida para se ter efetividade em longo prazo. Por isso, se alimentar de forma saudável e praticar exercícios físicos frequentemente são as estratégias mais recomendadas.

Exercício físico é aliado da dieta

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Na luta pela balança — algo que, para muita gente, não é nada fácil — o exercício físico é um grande aliado, segundo a nutricionista.

— Fazer atividade física contribui com o aumento da taxa metabólica e da manutenção de massa muscular, que é considerado um tecido metabolicamente ativo em nosso organismo. Além disso, também estimula a queima de gordura e o aumento da sensibilidade à insulina, estratégias-chaves para o emagrecimento.

Mas saiba que, sem dieta, “os exercícios físicos não fazem milagre”, conforme diz Tarissa.

— Atividade física deve ser usada como uma aliada de quem faz regime, pois os exercícios atuam mais na manutenção do peso. Além de ajudar no peso, o exercício ajuda a melhorar o humor, reduzir a fome, traz benefícios cardiovasculares.

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Antes de perder peso, busque ajuda

Restringir alimentos para facilitar o emagrecimento está permitido, desde que feito sob orientação profissional, alerta o professor de endocrinologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e presidente da Comissão de História da Endocrinologia da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), Henrique Suplicy.

— Ninguém deve fazer dieta sem orientação médica. A pessoa precisa de uma avaliação física para saber se o organismo está apto ou não para realizar aquele tipo de dieta. Cada pessoa pode ter uma reação diferente a certo tipo de alimentação, por isso, é essencial a consulta ao médico. Além disso, muita gente não sabe que possui alguma doença, e uma dieta restritiva pode dificultar.

Deborah ainda complementa que profissionais, como o nutricionista, terão um papel importante na elaboração do plano de redução de peso. O profissional vai sugerir a alimentação para o paciente “levando em consideração as necessidades de macro e micronutrientes”.

— Tais nutrientes devem estar em equilíbrio para a promoção de saúde, prevenção de doenças e melhora da qualidade de vida. Além disso, o nutricionista é o profissional capacitado para adequar a alimentação do paciente de acordo com as necessidades individuais e as preferências alimentares.

*Colaborou Brenno Martins, estagiário do R7

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