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Menino que vive há 14 anos em hospital de SP espera ansioso visita de cachorros: "É um dia diferente"

Lucas é um dos adolescentes que participam de terapia assistida com cães na Santa Casa 

Saúde|Do R7

Lucas Santos vive internado na Santa Casa há 14 anos e espera ansiosamente pelo dia em que os animais visitam o hospital
Lucas Santos vive internado na Santa Casa há 14 anos e espera ansiosamente pelo dia em que os animais visitam o hospital Lucas Santos vive internado na Santa Casa há 14 anos e espera ansiosamente pelo dia em que os animais visitam o hospital

Aos dois aninhos, Lucas Santos, de 16 anos, trocou os brinquedos pelo leito do hospital Santa Casa de São Paulo. Diagnosticado com uma doença rara chamada Pompe, que provoca déficit muscular, o adolescente vive há 14 anos dentro da pediatria do hospital. Apesar das muitas dificuldades que enfrenta todos os dias por ter o corpo completamente paralisado, o sorriso não sai do rosto do menino. Sua maneira leve de enfrentar a vida fica evidente logo ao entrar em seu quarto do hospital, decorado com faixas, pôsteres e cartazes do time de seu time do coração: o Santos Futebol Clube.

Há pouco mais de uma semana, o R7conheceu a história de Lucas, ao participar de uma sessão de terapiada assistida com cachorros na Santa Casa. A reportagem estava no corredor do local com diversos bichos quando o adolescente pediu que todos entrassem em seu quarto. 

Por causa da doença, Lucas não consegue se movimentar e precisa de ajuda para comer e para se vestir. O adolescente contou que o cotidiano no hospital não é fácil, mas tenta fazer com que cada dia seja ainda melhor, e a animação de Lucas ao falar é contagiante. Um dos dias mais esperados pelo menino é a visita dos cães da ONG Patas Therapeutas.

— Eu gosto muito quando os cachorros vêm aqui. Brinco e converso com eles, fico muito animado. Adoro fazer carinho neles. Eu fico ansioso esperando o dia em que eles vão vir. Adoro bichos. Quando os cachorros vêm, é um dia diferente. Não tem clima de hospital. O tempo em que eles ficam aqui muda tudo, a gente fica muito mais animado.

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Além da visita dos cães, Lucas se anima ao falar e mostrar as fotos com jogadores Neymar, Rogério Ceni e Fernando Prás, jogadores de futebol que abraçaram a causa do menino. Hoje, o grande sonho do adolescente é conhecer uma das principais atrizes que ele vê pela televisão: Bruna Marquezine.

— Eu não sou fã de novela, mas estou assistindo essa nova porque ela é a principal. Meus amigos estão fazendo campanha no Facebook para ela vir me ver.

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Cachorros recebem higiene completa e vacinas antes de terapia com crianças em hospital

Contato com animal melhora qualidade de vida

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Uma das responsáveis pela pediatria da Santa Casa Daniela Bonfim apoia a ação da ONG e explica que o contato com os bichos pode colaborar com o tratamento das crianças.

— A literatura médica já tem dados que mostram que tudo que melhora a qualidade de vida do paciente tem efeito positivo no tratamento. O animal tem uma característica especial, porque tem uma interação muito positiva com a criança. Existe uma certa afetividade, uma alegria que é muito genuína e eu acho que nenhuma outra interação ou nenhum outro brinquedo vai conseguir substituir.

A própria expressão do rosto das crianças muda com a chegada dos cachorros, revela a especialista.

— Elas ficam muito animadas, o ambiente fica menos hostil. O clima de hospital é mais pesado, gera medo, mas a interação com os animais é positiva e muda a criança depois do contato animal. Elas ficam ansiosas para o dia em que eles virão.

Na opinião da pediatra, os “moradores” da Santa Casa são os pacientes que mais sentem a diferença com a presença dos animais. Segundo Daniela, no dia em que o R7 participou da visita, que durou aproximadamente duas horas, 21 crianças participaram da interação com os bichos, seis delas vivem na Santa Casa. As visitas da ONG à pediatria acontecem duas vezes por mês.

— Não existe criança dentro dessa enfermaria que não fique animada e que não tenha melhora no desempenho do tratamento após o contato com os animais. Até mesmo as crianças que têm medo de cachorro gostam do dia em que eles vêm. O dia gira em torno disso, uma expectativa enorme para a chegada dos bichinhos. Ninguém quer parar quieto para aguardar a chegada dos cachorros. A hora que a gente passa nos quartos e avisa as mães que os cães vão subir é uma festa só!

Apesar de ajudar muitas crianças, infelizmente, há algumas restrições para o contato com os animais, explica Daniela.

— Nossa maior restrição são pacientes que têm problemas de imunidade ou que precisem ficar em isolamento. Pacientes que estão fazendo quimioterapia ou diálise não entram em contato com os animais para evitar qualquer tipo de exposição desnecessária.

A dentista Joana Regina Dokko, de 28 anos, está há um mês com a filha Julia em recuperação na pediatria da Santa Casa. A menina de dois anos foi operada de um tumor na cabeça e presenciou a visita dos cães pela primeira vez.

— Eu acho muito legal, porque as crianças ficam muito animadas. Já vi matérias falando que esse alto astral, essa energia colabora com o tratamento. O hospital tem clima pesado, mas a vinda dos cachorros dá uma suavizada, as crianças ficam felizes e se divertem muito. Nem parece hospital! Ver o sorriso dela mesmo com a doença é muito importante pra uma mãe.

Apesar da felicidade da menina em ver os animais, a mãe conta que a espera pela alta não é fácil e a situação financeira pode se complicar.

— Tive de parar de trabalhar para ficar com ela. Meu marido trabalha e sempre teve a maior parte da renda da casa, mas já faz a diferença no orçamento.

Conheça a ONG Patas Therapeutas

o com os animais. Até mesmo as crianças que têm medo de cachorro gostam do dia em que eles vêm. O dia gira em torno disso, uma expectativa enorme para a chegada dos bichinhos. Ninguém quer parar quieto para aguardar a chegada dos cachorros. A hora que a gente passa nos quartos e avisa as mães que os cães vão subir é uma festa só!

Apesar de ajudar muitas crianças, infelizmente, há algumas restrições para o contato com os animais, explica Daniela.

— Nossa maior restrição são pacientes que têm problemas de imunidade ou que precisem ficar em isolamento. Pacientes que estão fazendo quimioterapia ou diálise não entram em contato com os animais para evitar qualquer tipo de exposição desnecessária.

A dentista Joana Regina Dokko, de 28 anos, está há um mês com a filha Julia em recuperação na pediatria da Santa Casa. A menina de dois anos foi operada de um tumor na cabeça e presenciou a visita dos cães pela primeira vez.

— Eu acho muito legal, porque as crianças ficam muito animadas. Já vi matérias falando que esse alto astral, essa energia colabora com o tratamento. O hospital tem clima pesado, mas a vinda dos cachorros dá uma suavizada, as crianças ficam felizes e se divertem muito. Nem parece hospital! Ver o sorriso dela mesmo com a doença é muito importante pra uma mãe.

Apesar da felicidade da menina em ver os animais, a mãe conta que a espera pela alta não é fácil e a situação financeira pode se complicar.

— Tive de parar de trabalhar para ficar com ela. Meu marido trabalha e sempre teve a maior parte da renda da casa, mas já faz a diferença no orçamento.

Conheça a ONG Patas Therapeutas

O projeto ONG Patas Therapeutas faz a interação entre humano e animal em hospitais, clínicas e asilos. A ONG foi criada em 2012, mas Silvana trabalha com terapia assistida desde 2003. Segundo ela, a Patas Therapeutas foi criada para que outros animais, além de cachorros, pudessem fazer o trabalho voluntário. Atualmente, com 52 animais e 65 voluntários, a ONG trabalha com cães, gatos, pássaros e até hamters. A ONG visita a Santa Casa duas vezes por mês.

— Isso fortalece o sistema imunológico das pessoas, além da parte emocional, física e cognitiva e na qualidade de vida das pessoas. Na verdade, os animais acabam humanizando os locais.

*Colaborou Brenno Souza, estagiário do R7

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