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Acervo destruído por extremistas no Palácio do Planalto tem custo superior a R$ 8,5 milhões

Relógio de Balthazar Martinot, obras de Di Cavalcanti e Bruno Giorgi e mesa de trabalho de Kubitschek foram estragados

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Quadro 'As Mulatas', pintado por Di Cavalcanti e exposto no Palácio do Planalto
Quadro 'As Mulatas', pintado por Di Cavalcanti e exposto no Palácio do Planalto Quadro 'As Mulatas', pintado por Di Cavalcanti e exposto no Palácio do Planalto

Relógio de Balthazar Martinot, obras de Di Cavalcanti e Bruno Giorgi, mesa de trabalho de Juscelino Kubitschek e escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg. Esses são alguns dos objetos que foram alvo de destruição por parte dos extremistas que invadiram o Palácio do Planalto, em Brasília, no último domingo (8). De acordo com avaliação inicial, o rastro de desmantelamento do patrimônio público causou prejuízo de ao menos R$ 8,5 milhões.

O Planalto informou que não é possível ainda ter um levantamento minucioso de todas as pinturas, esculturas e peças de mobiliário destruídas, mas a avaliação preliminar feita pela equipe responsável aponta diversos estragos em peças icônicas do acervo.

O diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, diz que será possível realizar a recuperação da maioria das obras vandalizadas, mas estima como "muito difícil" a restauração do Relógio de Balthazar Martinot.

"O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK. É este o seu valor histórico", disse Carvalho. "Do ponto de vista artístico, o Planalto certamente reúne um dos mais importantes acervos do país, especialmente do modernismo brasileiro", completou.

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Veja as obras destruídas pelos extremistas:

No andar térreo:

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• Obra Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo, de 1995 — a pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao Palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes instalados.

• Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e rasgadas.

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No 2º andar:

• O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços para só daí ter acesso às obras.

No 3º andar:

• Obra As Mulatas, de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de vários tamanhos. A obra é uma das mais importantes da produção do autor. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças dessa magnitude costumam alcançar valor até cinco vezes maior em leilões.

• Obra O Flautista, de Bruno Giorgi — a escultura de bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliada em R$ 250 mil.

• Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.

• Mesa de trabalho de Juscelino Kubitschek — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.

• Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.

• Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do Século 17 foi um presente da Corte Francesa para dom João 6º. Martinot era o relojoeiro de Luís 14. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.

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