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Alckmin atribui taxa de Trump à família Bolsonaro: ‘Sempre trabalhou contra o Brasil’

Guiado por suposta censura e processo contra Bolsonaro, Trump anunciou que vai taxar produtos brasileiros em 50%

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

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Alckmin chamou ação de 'atentado à economia' Fernando Frazão/Agência Brasil - 5.7.2025

O vice-presidente Geraldo Alckmin atribuiu nesta quinta-feira (10) a sobretaxação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a todos os produtos brasileiros à família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Alckmin também declarou que um decreto presidencial com o uso da Lei da Reciprocidade deve ser publicado nos próximos dias.

A legislação, recém-aprovada pelo Congresso Nacional, permite ao governo adotar medidas em resposta a países que impõem barreiras comerciais ao Brasil.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • Geraldo Alckmin responsabiliza a família Bolsonaro pela nova taxa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros.
  • Medida de Trump é uma resposta a alegados ataques à liberdade de expressão e ao tratamento dado a Bolsonaro.
  • Lula planeja criar um comitê para monitorar a situação comercial entre Brasil e EUA após o anúncio da sobretaxa.
  • Brasil reafirma sua soberania e que responderá conforme a Lei de Reciprocidade Econômica diante das tarifas impostas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

“Nós já constatávamos que o clã Bolsonaro trabalhou contra o interesse do país e do povo brasileiro”, destacou o vice-presidente, ao citar como exemplos a pandemia da Covid e os atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.

“Agora, a gente vê que esse clã, mesmo fora do governo, continua trabalhando contra o interesse brasileiro e o povo brasileiro. Fizeram um atentado à democracia, agora é um atentado à economia, prejudicando empresas e empregos. Lamento profundamente essa ação”, criticou Alckmin.


Leia mais

Em carta, enviada nominalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa quarta-feira (9), Trump anunciou que, a partir de 1º de agosto, vai taxar em 50% todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos (leia a carta completa ao fim).

Segundo o republicano, a medida é uma resposta direta a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas norte-americanas e à forma como o país tem tratado Bolsonaro.


Além de inelegível até 2030, o ex-presidente é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

Para o líder norte-americano, o julgamento e as investigações que envolvem o ex-presidente brasileiro configurariam uma “caça às bruxas” que deveria “terminar imediatamente”.


Reação brasileira

Lula respondeu ao anúncio de Trump pelas redes sociais na noite dessa quarta (leia o texto completo abaixo). Antes, o petista já havia criticado o norte-americano em falas públicas e por meio de nota.

Nesta quinta, em entrevista exclusiva à RECORD, Lula anunciou que vai criar um comitê para acompanhar a situação entre Brasil e Estados Unidos, em recado direto aos empresários.

“Vamos criar, e os empresários vão participar. A gente vai acompanhar dia a dia e repensar a política comercial com os americanos”, afirmou.

A entrevista vai ao ar no Jornal da RECORD, a partir das 19h55.

Veja a resposta completa de Lula a Trump

Tendo em vista a manifestação pública do presidente norte-americano Donald Trump apresentada em uma rede social, na tarde desta-quarta (9), é importante ressaltar:

O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém.

O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais.

No contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática.

No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira.

É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado déficit norte-americano. As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos.

Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica.

A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo.

Leia a íntegra da carta enviada por Trump a Lula

Conheci e lidei com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o respeitava profundamente, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Este julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!

Devido, em parte, aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais à liberdade de expressão dos americanos (como recentemente ilustrado pelo Supremo Tribunal Federal, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com milhões de dólares em multas e expulsão do mercado brasileiro de mídia social), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos, separadamente de todas as tarifas setoriais. As mercadorias transbordadas para contornar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta.

Além disso, tivemos anos para discutir nossa relação comercial com o Brasil e concluímos que precisamos nos afastar da relação comercial de longa data e muito injusta gerada pelas políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais do Brasil. Nossa relação tem estado, infelizmente, longe de ser recíproca.

Por favor, entenda que o número de 50% é muito menor do que o necessário para garantir a igualdade de condições que precisamos com o seu país. E é necessário para corrigir as graves injustiças do regime atual. Como você sabe, não haverá Tarifa se o Brasil, ou empresas do seu país, decidirem fabricar ou fabricar produtos nos Estados Unidos e, de fato, faremos todo o possível para obter aprovações de forma rápida, profissional e rotineira, ou seja, em questão de semanas.

Se, por qualquer motivo, você decidir aumentar suas Tarifas, qualquer que seja o valor que você escolher, será adicionado aos 50% que cobramos. Por favor, entenda que essas Tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de Políticas Tarifárias e Não Tarifárias e Barreiras Comerciais do Brasil, que causam esses Déficits Comerciais insustentáveis ​​contra os Estados Unidos. Esse Déficit é uma grande ameaça à nossa Economia e, de fato, à nossa Segurança Nacional! Além disso, devido aos ataques contínuos do Brasil às atividades de Comércio Digital de Empresas Americanas, bem como outras Práticas Comerciais desleais, estou instruindo o Representante Comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma Investigação da Seção 301 do Brasil.

Se você deseja abrir seus Mercados Comerciais, anteriormente fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas Políticas Tarifárias e Não Tarifárias e Barreiras Comerciais, talvez consideremos um ajuste nesta carta. Essas Tarifas podem ser modificadas, para mais ou para menos, dependendo da nossa relação com o seu País. Você nunca se decepcionará com os Estados Unidos da América.

Agradecemos a sua atenção!

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