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Após críticas de Lula, Itamaraty elabora resposta sobre acordo entre Mercosul e União Europeia

Avaliação do documento pelos sul-americanos será no fim deste mês, seguida de mais uma rodada de negociações com os europeus

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília


Lula se reuniu com a presidente da Comissão Europeia
Lula se reuniu com a presidente da Comissão Europeia

Em meio a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Ministério das Relações Exteriores prepara uma resposta às novas exigências feitas pela União Europeia nas negociações do acordo com o Mercosul. O documento brasileiro deve ser discutido no fim deste mês pelos demais países do bloco — Argentina, Paraguai e Uruguai.

De acordo com fontes no governo, os técnicos dos países sul-americanos devem discutir o documento em 26 de junho. Nos dias seguintes, 28 ou 29, a expectativa é de que haja mais uma rodada de negociações. Nessa fase, a resposta brasileira deve ser avaliada pelos membros do Mercosul e da União Europeia, numa reunião prevista para ocorrer na capital argentina, Buenos Aires.

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Negociado desde 1999, o acordo entre Mercosul e União Europeia está em fase de revisão, mas há entraves na questão ambiental. Recentemente, os europeus propuseram um documento adicional, chamado de side letter, que, segundo o governo brasileiro, impõe sanções em caso de descumprimento, mas só para o lado sul-americano.

Os países da Europa querem a garantia de que a intensificação do comércio entre os blocos não vai resultar no aumento de destruição ambiental no Brasil e demais países do Mercosul. Em contrapartida, o lado brasileiro é a favor de que não haja distinção na aplicação de eventuais sanções, ou seja, que ambos sejam penalizados do mesmo modo.

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O acordo foi discutido na segunda-feira (12) por Lula e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. Em coletiva de imprensa, o chefe de Estado brasileiro expôs as "preocupações do Brasil com o instrumento adicional". A política alemã disse esperar que as negociações sejam concluídas até o fim deste ano.

"A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é de confiança mútua, e não de desconfiança e sanções. Em paralelo, a União Europeia aprovou leis próprias com efeitos extraterritoriais e que modificam o equilíbrio do acordo", criticou Lula na ocasião. "Reiterei o desejo do meu governo de construir uma agenda bilateral positiva. Com cooperação ativa, podemos abrir horizontes benéficos em diversas áreas", completou.

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Um dos europeus mais críticos é o presidente francês Emmanuel Macron, que disse em fevereiro que o tratado não seria possível se os sul-americanos não respeitassem as normas ligadas ao meio ambiente.

"Um acordo com os países latino-americanos não é possível se não respeitam o Acordo de Paris [que envolve o clima] como nós e se não respeitam as mesmas restrições ambientais e sanitárias que nós impusemos aos nossos produtores", disse Macron pouco antes de visitar uma feira nacional de agricultura.

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Apesar do impasse, Lula espera pela conclusão das negociações ainda neste ano. "O Brasil e os sócios do Mercosul estão engajados no diálogo para concluir as negociações com a União Europeia, e esperamos ter boas notícias ainda neste ano. É um acordo muito importante para todos, e queremos que seja equilibrado e que contribua para a reindustrialização do Brasil", afirmou o presidente.

No próximo mandato semestral de ambos os blocos, que começa em 1º de julho, o Brasil passará a ocupar a presidência temporária do Mercosul, e a Espanha ficará com o cargo equivalente na União Europeia. A medida, segundo Lula, "permitirá avanços substantivos para a conclusão do acordo".

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