O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) terá um novo selo de identificação para capecetes de motociclistas, extintores de incêndio e cilindros GNV (Gás Natural Veicular). A iniciativa visa combater falsificações e modernizar os mecanismos de controle de produtos certificados no país. A portaria foi publicada nesta sexta-feira (30) no Diário Oficial da União. De acordo com o presidente do Inmetro, Márcio André Brito, o novo sistema foi desenhado para permitir que o consumidor possa atuar como fiscalizador direto do mercado.“Firmamos uma parceria com a Casa da Moeda do Brasil, responsável pelo projeto e pela produção do novo selo físico, que reúne tecnologias de última geração em segurança e rastreabilidade. O selo conta com elementos visíveis e invisíveis, além de tintas de segurança desenvolvidas com tecnologia da Suíça, as mesmas utilizadas em cédulas e documentos oficiais em diversos países”, explica Brito.Segundo a portaria, o selo terá validade mínima de cinco anos, será autodestrutível em tentativas de remoção e conterá tintas variáveis, elementos visíveis apenas sob luz UV e QR Codes resistentes à cópia.A nova tecnologia de identificação começará a ser adotada em 31 de dezembro de 2025. Produtos com o selo antigo poderão continuar à venda até 31 de março de 2026, desde que tenham sido fabricados antes desse prazo. A partir de 30 de junho de 2026, apenas itens com o novo selo poderão ser comercializados no país.As empresas deverão solicitá-los pelo portal oficial do Inmetro, e a Casa da Moeda será responsável pela impressão. A aquisição só será autorizada após aprovação do instituto.De acordo com Brito, qualquer cidadão poderá verificar a autenticidade do selo pelo celular, por meio de uma assistente virtual disponível em um aplicativo próprio. “Todos poderão verificar a confiabilidade do produto simplesmente apontando a câmera do celular para o selo. Se o selo pesquisado for suspeito, o consumidor poderá encaminhar uma denúncia imediata ao canal oficial do Inmetro”, afirma o presidente. A nova geração de selos também será integrada a plataformas digitais. Com base nos dados reunidos, será possível, no futuro, realizar o monitoramento ativo de marketplaces (lojas virtuais) e até suspender anúncios de produtos com registros irregulares.A medida leva em conta dados da ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação), que indicam que 35% das compras de produtos falsificados no Brasil são feitas pela internet.Segundo dados do Inmetro, entre janeiro de 2023 e junho de 2024, foram emitidos cerca de 720 milhões de selos, dos quais 437 milhões foram falsificados. O índice é equivalente a mais de 60% do total.Além dos riscos à segurança, como incêndios, explosões, lesões ou morte, o uso de selos falsificados pode prejudicar empresas regulares e alimentar o mercado ilegal. Segundo a ABCF, as perdas causadas por falsificação, pirataria e outras irregularidades já passam de R$ 470 bilhões por ano no Brasil, conforme dados divulgados neste ano.“Em um país de dimensões continentais como o Brasil, onde a redução contínua de servidores públicos compromete a fiscalização, é indispensável modernizar os mecanismos de controle e utilizar a tecnologia como ferramenta central para garantir a segurança dos produtos certificados”, afirma o diretor de Comunicação da ABCF, Rodolpho Ramazzini.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp