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R7 Brasília

Caso Marielle: Ex-PM Élcio Queiroz é transferido para ala de segurança máxima da Papuda

Em sua delação, o ex-PM disse que a primeira recordação do plano para matar a vereadora é de meados de agosto de 2017

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

Queiroz está preso e fechou acordo de delação
Queiroz está preso e fechou acordo de delação

O ex-policial militar Élcio Queiroz foi transferido para a ala de segurança máxima da Papuda, penitenciária em Brasília, após ter feito delação premiada no caso da morte da vereadora Marielle Franco, à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A informação foi confirmada pelo R7.

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Nesta terça-feira (25), o ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, foi transferido para a Papuda. Maxwell teria admitido a Élcio Queiroz que estava na missão de execução de Marielle havia muito tempo.

Na delação, o ex-PM disse que sua primeira lembrança do planejamento de matar a vereadora Marielle Franco é de meados de agosto de 2017. A parlamentar foi assassinada em 14 de março de 2018.


A recordação relatada por Queiroz surgiu a partir de uma conversa entre ele e o sargento da Polícia Militar reformado Ronnie Lessa, também preso preventivamente sob suspeita de envolvimento no crime. "Ao conversar sobre uma bateria nova que vira na casa de Ronnie Lessa, este contou que seria utilizada em um 'carro ruim', uma 'cabra', jargões comuns para veículos adulterados, vindo a saber pouco depois que se tratava do Cobalt prata", diz o relatório da PF.

Segundo Queiroz, Lessa relatou que, no Réveillon de 2017 para 2018, durante uma das campanas, houve a oportunidade de "chegar até esse alvo", mas ele não conseguiu porque Suel, que dirigia o carro, alegou problemas mecânicos no momento da aproximação.


Na delação, o ex-PM disse que a arma usada no assassinato da vereadora havia sido extraviada do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).

Sobre a submetralhadora MP5, o colaborador ouviu de Lessa que seria oriunda de um extravio ocorrido muitos anos antes, num incêndio do Bope. A arma teria ficado com uma pessoa que a reformou e a vendeu a ele, possivelmente, cerca de um ano antes do fato.


Leia mais: Veja: o que a Justiça apontou para prisão de Maxwell, envolvido no assassinato de Marielle Franco

Trataria-se de uma arma com a qual Lessa trabalhou durante seu período no referido batalhão e, por isso, "teria grande valor sentimental", afirmou Queiroz em um trecho do depoimento.

Mas um relatório da Polícia Federal ressalta que as provas coletadas "não permitem nenhuma conclusão sobre a relação da arma usada na execução de Marielle Franco e Anderson Gomes e os referidos incêndios".

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"Ressalta-se que as declarações de Élcio Queiroz sobre esse assunto decorrem do que Ronnie Lessa teria dito, acarretando ainda mais incerteza e imprecisão sobre os fatos. Não obstante, a confirmação de que houve pelo menos dois incêndios em unidades do BPChq e de que havia submetralhadoras HK MP5 em seus arsenais torna o relato sobre a origem da arma verossímil", completa o relatório.

Queiroz está preso desde 2019, assim como o ex-policial reformado Ronnie Lessa. Os dois vão ser julgados pelo Tribunal do Júri pelo crime, mas a data do julgamento ainda não foi definida.

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