Com 5G, todas as cidades do país terão internet até 2028, diz ministro
À comissão no Senado, Fábio Faria afirmou que até áreas rurais terão pelo menos 4G ao fim da implantação da nova tecnologia
Brasília|Lucas Nanini, do R7, em Brasília
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse à CCT (Comissão de Ciência e Tecnologia) do Senado, nesta quarta-feira (8), que todas as cidades do Brasil, incluindo as áreas rurais, terão internet com no mínimo 4G até o fim da implantação do 5G no país, previsto para 2028. O país tem atualmente 5.570 municípios.
“Até o final dessas obrigações [implantação do 5G], nenhuma cidade, nenhuma localidade, nenhuma comunidade rural ficará sem internet”, disse o ministro. Ao todo, 9.800 localidades terão pelo menos a tecnologia 4G, afirmou Faria.
O ministro participou de uma audiência pública semipresencial na comissão por solicitação do senador Jean Paul Prates (PT-RN). O objetivo do colegiado era tirar dúvidas sobre a implantação do 5G no Brasil. O parlamentar petista presidiu a sessão.
O governo realizou o leilão dessa tecnologia no início de novembro. Foram arrematados 85% das faixas, com arrecadação de R$ 46,7 bilhões, o equivalente a 94,14% do valor inicialmente estimado. A venda de todos os lotes deve chegar a uma arrecadação de R$ 55 bilhões, segundo Faria.
A estimativa do governo é que os 15% das faixas ainda não arrematadas sejam colocados em leilão novamente em 2022. Pelo cronograma do ministério, todas as 27 capitais do país terão o 5G até julho de 2022.
Escolas rurais
O ministro informou que o país tem 14 mil escolas rurais sem internet e que pretende levar conectividade a esses espaços antes do fim da implantação do 5G no país.
“Vamos conectar com ‘Wi-Fi Brasil’, já estamos buscando empresas de satélite. Quando chegar a [tecnologia de] fibra, a gente desconecta o satélite, mas a gente não pode esperar até 2027, 2028 para esperar a fibra chegar ao interior da Amazônia.”
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Internet nas estradas
Fábio Faria disse que o 5G vai proporcionar melhora no transporte de produtos agrícolas pelas estradas e ao mesmo tempo oferecer mais segurança aos caminhoneiros. Segundo ele, produtores de todos os portes serão conectados e poderão se comunicar diretamente com toda a cadeia produtiva do agronegócio.
“Com o 4G, em 1 km² temos 10 mil sensores. No 5G, você consegue colocar 1 milhão de sensores. Então tudo ali vai estar conectado”, afirmou. “Além disso, é um pleito dos caminhoneiros, que ficam oito, nove horas na estrada sem internet, com risco de acidentes, com risco de assaltos.”
O leilão
A Claro e a Vivo (Telefônica Brasil) arremataram cinco dos dez lotes do tipo "G" referentes à prestação do serviço em âmbito nacional em escolas da educação básica. A Claro levou os dois primeiros lotes (G1 e G2) e a Vivo os três seguintes (G3 a G5). Os blocos de G6 a G10 não receberam propostas e foram considerados desertos. O outro lote nacional leiloado, o I6, foi arrematado pela Tim.
As três empresas de telefonia, que já atuam no mercado brasileiro, também foram as que arremataram os lotes da principal faixa do 5G, de 3,5 GHz, a chamada "faixa de ouro" por ser a mais utilizada pelo sistema no mundo. Cada empresa venceu um bloco da faixa.
As empresas que venceram o certame têm agora obrigações previstas em contrato. Entre os compromissos, estão levar a cobertura 5G a todas as capitais e cidades com mais de 30 mil habitantes; garantir internet 4G nas rodovias federais e localidades ainda sem conexão; implantar rede de fibra óptica em locais com pouca ou nenhuma infraestrutura de conectividade; implementar o Programa Amazônia Integrada e Sustentável (Pais) e o projeto da rede privativa de comunicação da administração pública federal; custear a migração da TV parabólica para a TV via satélite; e investir em projetos de conectividade em escolas.
O edital tem metas fixadas anualmente. As primeiras vencem em julho de 2022, quando todas as capitais brasileiras devem ter cobertura de 5G. Para o ano de 2028, a meta é ter uma cobertura da rede em todas as cidades do país.