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COP30: secretário da ONU cobra apoio de países ricos a nações em desenvolvimento

Na visão de Guterres, nações menos desenvolvidas são as que mais sofrem consequências das mudanças climáticas

Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

Secretário-Geral da ONU, António Guterres Reprodução/ YouTube ONU

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, cobrou líderes globais a tomarem ações na elaboração de planos estratégicos para ajudar na aceleração da transição energética, além de pedir para as principais potências aumentarem o apoio aos países em desenvolvimento. Na visão de Guterres, nações menos desenvolvidas são as menos responsáveis pelas mudanças climáticas. Porém, são as que mais sofrem consequências.

“África e outras partes do mundo em desenvolvimento estão presenciando aquecimento mais rápido e as ilhas pacificas estão vendo o nível do mar subir mais depressa, mesmo quando a própria média global está acelerando. Apesar de abrigar 60% dos melhores recursos solares do mundo, a África possui apenas cerca de 1,5% da capacidade solar instalada e recebe apenas 2% do investimento global para renováveis”, comentou.

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Durante o discurso, Guterres também criticou tentativas de grupos e governos de barrar ações em favor da transição energética, onde continuam apoiando o uso de combustíveis fósseis. “A ciência está do nosso lado e a economia mudou. Os preços das energias renováveis caíram a pique e o setor está em expansão, criando empregos e impulsionando a competitividade”, disse. Para ele, as fontes de energia renováveis são a saída para os efeitos climáticos, oferecendo segurança e independência no consumo de combustíveis fósseis, considerados caros e voláteis.

As falas do secretário vieram após a primeira reunião de chefes de Estado para discutir ações climáticas durante o ano da COP30. No total, participaram do encontro 17 líderes e representantes de nações como China e integrantes da União Europeia.


COP30

Guterres ressaltou que, durante a COP30, as nações deverão entregar um roteiro credível para mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano para países em desenvolvimento até 2035. Desta forma, as nações beneficiadas devem cumprir a promessa de duplicar o financiamento da adaptação para pelo menos US$ 40 bilhões por ano até o fim deste ano.

“Nós precisamos aumentar significativamente as contribuições e fontes inovadoras de financiamento para suportar os fundos para responder à perda e danos em todas essas frentes”, disse.


Cúpula virtual

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava entre os líderes que participaram da reunião. Em seu discurso, o chefe do Executivo brasileiro alertou a cerca de 20 chefes de Estado e de governo, em cúpula virtual com o secretário-geral que “negar a crise climática não vai fazê-la desaparecer”. A afirmação foi feita em discurso aos outros líderes, em reunião em que o presidente do Brasil também fez um apelo pela entrega das metas de reduções dos impactos climáticos, as chamadas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), que estão atrasadas desde fevereiro.

“Negar a crise climática não vai fazê-la desaparecer. Precisamos assegurar que o multilateralismo e a cooperação internacional sigam como pedra angular da resposta global à mudança do clima. Apesar das investidas contra o Acordo de Paris, foi graças a ele que revertemos as projeções mais pessimistas de elevação da temperatura, que previam aumento de quatro graus até o fim do século. O planeta já está farto de promessas não cumpridas”, disse o Lula.


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