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R7 Brasília

CPI da Câmara Legislativa do DF ouve Mauro Cid nesta quinta-feira

Colegiado investiga atos extremistas do 8/1; expectativa é que ex-ajudante de Bolsonaro responda às perguntas dos deputados

Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

Cid está preso desde maio
Cid está preso desde maio

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, presta depoimento nesta quinta-feira (24) à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) que investiga os atos do 8 de Janeiro. Ele foi ouvido pela CPMI de mesmo tema no Congresso Nacional mas ficou em silêncio. Segundo a defesa, Cid responderá "o que for conveniente" e "não tem nada a esconder e nada em seu poder".

Presentes e joias de Bolsonaro

Em outubro de 2021, ao voltar de uma viagem à Arábia Saudita, a comitiva do ex-ministro Bento Albuquerque, que tinha representado o ex-presidente Jair Bolsonaro em um evento, tentou entrar no país com joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões. Um conjunto com colar de diamantes foi apreendido no aeroporto de Guarulhos. Assessores do então presidente tentaram liberar as joias. Um segundo pacote, com relógio e anéis, passou irregularmente pela alfândega na mochila de um militar e foi incorporado ao acervo pessoal de Bolsonaro.

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Segundo investigações, o ex-presidente teria ficado com um terceiro conjunto de joias — que incluía um relógio Rolex no valor de R$ 344 mil —, que, posteriormente, teria sido vendido por Mauro Cid nos Estados Unidos. Depois que a história veio à tona em março deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que o ex-presidente deveria devolver os presentes, o que levou o advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, a recomprar o relógio para entregá-lo ao governo.

Mauro Cid teria tentado vender outros itens no exterior, mas não teve compradores. Em agosto, o pai dele, o general Mauro César Lourena Cid, foi um dos alvos de uma operação da PF de busca e apreensão por suposto envolvimento na venda ilegal de joias e presentes recebidos por Bolsonaro. A suspeita é que o general tenha atuado com o filho na venda dos artigos de luxo recebidos pelo ex-presidente. A hipótese da participação do general ganhou força depois de uma foto mostrar o reflexo do rosto do general na caixa de joias divulgada na internet para venda.


A defesa de Bolsonaro diz que o ex-presidente "jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos". A PF afirma que Cid tentou apagar provas de vendas de joias do próprio celular e investiga se outros kits de joias teriam sido desviados.

Falsificação em cartão de vacina

Cid foi preso em 3 de maio em uma operação da Polícia Federal que investigou a atuação de uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Além da prisão do ex-ajudante de ordens e de cinco outros suspeitos, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro e apreendeu documentos e celulares.


Segundo a PF, as inserções de dados falsos teriam ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante — no caso, a condição de imunidade contra a Covid-19 de pessoas da família Bolsonaro. Assim, os criminosos puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlar as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (do Brasil e dos Estados Unidos), que visavam impedir a propagação da doença.

Bolsonaro viajou para os Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022 e permaneceu no país por 89 dias, retornando no fim de março. No dia 16 de maio, o ex-presidente foi ouvido pela Polícia Federal e afirmou que não se vacinou, além de ter negado participação no esquema de falsificação.

Cid prestou depoimento à PF em 18 de maio, 15 dias após ter sido preso, mas ficou em silêncio e não respondeu às perguntas. No dia seguinte, 19, a esposa de Cid, Gabriela Santiago Cid, também foi ouvida pela Polícia Federal e disse que foi o marido quem inseriu os dados falsos nos cartões de vacinação.

Mauro Cid segue preso sob suspeita de envolvimento em infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

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