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Emails mostram que Mauro Cid tentou vender relógio recebido em viagem oficial de Bolsonaro

O valor negociado do objeto seria de US$ 60 mil; a peça é descrita como um modelo de ouro, platina e diamantes

Brasília|Gabriela Coelho e Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

Mauro Cid
Mauro Cid Mauro Cid

Os emails trocados por Mauro Cid em que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) tentou vender um relógio da marca Rolex recebido em uma viagem oficial do ex-presidente à Arábia Saudita estão entre os documentos da CPMI do 8 de Janeiro. O R7 teve acesso a esses emails. A reportagem procurou as defesas de Mauro Cid e de Jair Bolsonaro. A defesa do Bolsonaro disse que não tem nota sobre o caso e que não vai se pronunciar. A de Mauro Cid não retornou o contato.

A troca de mensagens foi feita em inglês, e, nelas, uma pessoa não identificada agradece pelo interesse em vender a joia. "Obrigado pelo interesse em vender seu Rolex. Tentei falar com você por telefone mas não consegui contato. Pode me dizer se você tem a garantia/certificado desse relógio? Quanto você queria conseguir nele? O mercado pra Rolex usados tem diminuído bastante, especialmente de platina e diamante (já que o valor de varejo é tão alto). Só quero confirmar que nós estamos na mesma página antes de fazermos muita pesquisa. Ansioso para ouvir sua resposta", diz a pessoa. 

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Mauro diz que não existe um certificado e que foi um presente. "Não temos o certificado do relógio, já que foi um presente recebido em uma viagem oficial de trabalho. O que nós temos é o selo verde que vem junto com o relógio. E eu também garanto que o relógio nunca foi usado. Eu pretendo conseguir algo no valor de 60 mil dólares", afirmou. 

O relógio da marca Rolex é descrito como um modelo de ouro, platina e diamantes, em estado de conservação bom, em caixa de madrepérola e diamantes.

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Kits de joias entregues à Caixa

Em abril deste ano, a defesa de Jair Bolsonaro entregou um kit de joias árabes doadas ao ex-presidente em 2019. A informação foi compartilhada nas redes sociais por Fabio Wajngarten, que foi chefe da Secretaria de Comunicação de Bolsonaro. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que os itens fossem deixados no banco.

O ex-presidente ganhou os presentes da Arábia Saudita. O estojo — que traz o símbolo verde do brasão de armas do país — inclui um relógio da marca Rolex de ouro branco e diamantes, uma caneta da marca Chopard com pedras incrustadas, um par de abotoaduras de ouro branco e diamantes, um anel de ouro branco, também com diamantes, e uma masbaha, uma espécie de rosário árabe, feita de ouro branco e com pingentes de brilhantes.

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O valor estimado do relógio Rolex é de R$ 364 mil. Os outros itens, quando comparados a peças similares, valem cerca de R$ 200 mil. Os presentes foram recebidos em mãos por Bolsonaro durante uma viagem oficial.

Os primeiros presentes árabes recebidos por Bolsonaro que vieram a público foram avaliados em R$ 16,5 milhões. O conjunto tem um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes. Essas joias foram retidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em outubro de 2021, com um assessor do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, e também eram destinadas à Presidência da República. Elas continuam no aeroporto.

O segundo grupo inclui duas armas — uma pistola e um fuzil que o ex-presidente ganhou de representantes dos Emirados Árabes, em 2019 — e joias masculinas, doadas pelo regime saudita em 2021. O TCU determinou que as armas fossem entregues à Diretoria de Polícia Administrativa da Polícia Federal, em Brasília, e as joias, na mesma agência da Caixa. Esse segundo kit foi devolvido em 24 de março.

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