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Em 20 tópicos, TSE rebate declarações de Bolsonaro sobre sistema eleitoral

Presidente fez acusações contra ministros e pôs em dúvida a segurança da votação em encontro com embaixadores

Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília

Prédio sede do Tribunal Superior Eleitoral, localizado em Brasília
Prédio sede do Tribunal Superior Eleitoral, localizado em Brasília Prédio sede do Tribunal Superior Eleitoral, localizado em Brasília

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu declarações do presidente Jair Bolsonaro, que, em encontro com embaixadores no Palácio da Alvorada, em Brasília, apresentou críticas ao sistema eleitoral e afirmou, sem apresentar provas, que as eleições de 2018 foram fraudadas. Em resposta, a corte eleitoral enumerou 20 pontos em que questiona as declarações do chefe do Executivo.

Durante apresentação feita aos representantes diplomáticos, o presidente afirmou que diversos vídeos mostram eleitores digitando os números usados por ele na última eleição, mas o voto registrado, de acordo com ele, seria no candidato Fernando Haddad, que concorria pelo PT. Além disso, Bolsonaro declarou que apenas dois países usam o sistema eletrônico de votação adotado no Brasil.

O presidente também afirmou que um hacker que invadiu o sistema do TSE "teve acesso a tudo" dentro da corte e que o inquérito que investiga o caso não está sob sigilo na Polícia Federal. O TSE informou que "a Secretaria de Comunicação e Multimídia do Tribunal Superior Eleitoral produziu alguns conteúdos que explicam alguns dos pontos trazidos pelo presidente Jair Bolsonaro durante reunião com os embaixadores".

A corte informou que as declarações de que apenas "Butão e Bangladesh" utilizam as urnas eletrônicas sem voto impresso são "fake news antigas" e que, além dessas duas nações, "parte do eleitorado da França e dos Estados Unidos" utiliza o sistema eletrônico, sem adoção de impressão do voto.

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Sobre a investida criminosa contra o site do TSE, o tribunal afirmou que "as investidas de hackers na época do pleito de 2020, com mais de 486 mil conexões por segundo, não obtiveram sucesso". De acordo com a corte, "o breve atraso na divulgação dos resultados do primeiro turno nada teve a ver com os ataques" e que, "na verdade, o que aconteceu foi uma demora na entrega de um equipamento usado na totalização, fato que impediu os técnicos do tribunal de realizarem os testes necessários".

Durante encontro com os embaixadores, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ministro Luís Roberto Barroso o acusou de "vazar inquérito sigiloso quando ele não era sigiloso". De acordo com o tribunal, o inquérito da PF, divulgado pelo presidente nas redes sociais, ainda estava em andamento, portanto, estava sob sigilo. A Secretaria de Tecnologia do TSE encaminhou reportagem do R7 que revelou que a PF identificou a prática de crime pelo presidente ao divulgar documentos da investigação, e apontou violação de sigilo funcional.

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Bolsonaro acusou o ministro Edson Fachin de ter sido advogado do MST, entidade em que ele se referiu como "grupo terrorista". Em nota, o TSE informou que "Fachin nunca advogou para o MST".

Fiscalização

O TSE ampliou o número de entidades que podem fiscalizar as eleições. Uma resolução aprovada pela corte eleitoral possibilita que diversas instituições enviem representantes para atuar em qualquer fase do pleito, desde a votação até a apuração e totalização dos resultados. Estão contempladas 16 categorias de instituições que podem nomear representantes para acompanhar as fases do processo eleitoral.

Leia mais: TSE amplia o número de instituições que podem fiscalizar as eleições

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