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Em 3 meses, DF tem 10 vezes mais mortes por dengue do que em todo ano de 2023

Foram 205 mortes pela doença entre janeiro e março contra 19 em todo o ano passado, segundo o Ministério da Saúde

Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

DF tem 194 mil casos suspeitos da doença
DF tem 194 mil casos suspeitos da doença DF tem 194 mil casos suspeitos da doença (Pedro Ventura/Agência Brasília - 29.10.2016)

O Distrito Federal confirmou 205 mortes causadas pela dengue no primeiro trimestre de 2024, com mais 55 casos sob investigação. A quantidade de óbitos é mais de 10 vezes maior que o número de mortes de todo o ano passado, quando a doença vitimou 19 pessoas. De acordo com o Ministério da Saúde, o DF é a unidade da Federação com a maior taxa de incidência de casos, seguido por Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Goiás. O índice de letalidade no DF é de 0,10 em casos prováveis — quase três vezes maior que a média nacional, que é de 0,04 —, e de 5,82 em casos graves, conforme dados do ministério atualizados na sexta-feira (5).

Mais da metade das mortes do último ano foi registrada em dezembro (foram 11 no total). Esse número apresentou uma leve queda no mês seguinte, quando foram confirmados seis óbitos, mas voltou a subir para 72 em fevereiro e para 127 em março.

O boletim epidemiológico divulgado pela SES-DF (Secretaria de Saúde do Distrito Federal) na última quinta-feira (4) apontou que o DF tem 194.757 casos prováveis de dengue, um aumento de 1.581,5% se comparado ao mesmo período do ano passado.

Ceilândia continua sendo a região administrativa com o maior número de casos absolutos (26.455). Santa Maria (11.396), Samambaia (11.054), Taguatinga (9.841) e Sol Nascente/Pôr do Sol (8.082) estão atrás. As cinco regiões concentram 35% dos casos prováveis de todo o DF.

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Quando se trata de taxa de incidência, Brazlândia aparece em primeiro. São 12.177,24 casos de dengue por 100 mil habitantes. Estrutural (8.870,93/100 mil) e Santa Maria (8.595,44/100 mil) vêm a seguir.

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Nenhuma região do DF tem uma taxa de incidência considerada baixa. Os menores números são do Jardim Botânico, SIA, Águas Claras, Park Way e Sudoeste/Octogonal, com taxas médias. As outras RAs registam altas taxas.

A maioria dos pacientes de dengue é mulher (54%), e a faixa etária com mais casos da doença é de 20 a 29 anos, seguida por 40 a 49 anos e 30 a 39.

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"Pior já passou"

A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou na última terça-feira (2) que o "pior já passou" e que os casos de dengue mostram tendência de queda em sete estados e no DF.

De acordo com a pasta, Acre, Amazonas, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Roraima demonstram diminuição da doença. Apesar disso, Ethel disse ser importante que a população mantenha a atenção e que "não acabou, ainda vamos ter casos de dengue acontecendo".

"A gente já atingiu o pico, mas a curva ainda tem que descer. Ainda temos umas semanas para essa queda, para entender se ela vai ser mais longa, se vai ser na mesma velocidade da subida", frisou.

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Vacinação sem autorização da Anvisa

Sem recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pelo menos 882 pessoas com 61 anos ou mais se vacinaram contra a dengue em laboratórios particulares do DF, sendo a mais velha com 112 anos. Os dados são do painel InfoSaúde, da Secretaria de Saúde. A agência indica o imunizante Qdenga, da marca Takeda, apenas para pessoas de 4 a 60 anos.

A faixa etária recomendada pelo Ministério da Saúde é de 10 a 14 anos devido ao alto nível de internações hospitalares de crianças e adolescentes. No DF, 46.994 pessoas do público-alvo receberam a primeira dose.

A vacinação feita sem recomendação em bula é considerada como "off label" e acontece apenas mediante prescrição médica. Ela é possível quando agências internacionais regulatórias aprovam a aplicação de certo medicamento, como é o caso da Qdenga.

A SES informa que considera a vacinação feita "off label" um "erro" e que as pessoas imunizadas precisam ser observadas pelo laboratório que disponibilizou a vacina por 30 dias.

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