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Em delação, Cid disse que Bolsonaro o ordenou a falsificar registro de vacinação

Tenente-coronel do Exército afirmou à Polícia Federal que ex-presidente exigiu documento falso para ele e a filha Laura

Brasília|Augusto Fernandes e Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

Bolsonaro foi indiciado por dois crimes
Bolsonaro foi indiciado por dois crimes Bolsonaro foi indiciado por dois crimes (Tânia Rêgo/Agência Brasil - 29.6.2023)

O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, disse em delação premiada à Polícia Federal que o ex-presidente o ordenou a fraudar os registros de vacinação contra a Covid-19 dele e da filha Laura Bolsonaro. O ex-presidente nega que tenha feito a solicitação. Nesta terça-feira (19), a Polícia Federal indiciou Bolsonaro, Cid e mais 15 pessoas no inquérito sobre a falsificação em carteiras de vacinação.

No relatório que embasou os indiciamentos, a Polícia Federal cita um trecho da delação de Cid. Segundo a corporação, quando Bolsonaro tomou conhecimento de que o ajudante possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares, ordenou ao militar que fizesse as inserções para obtenção dos cartões falsos para ele e Laura.

No depoimento, Cid afirmou que “o presidente, após saber que o colaborador [Cid] possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o colaborador fizesse para ele também” e “que o ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha, Laura Bolsonaro”. À PF, Cid disse que entregou os documentos falsificados nas mãos de Bolsonaro.

Bolsonaro negou que tenha solicitado a Cid que emitisse um certificado com dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em nome dele. O ex-presidente disse que não fez o pedido pois, como jamais tomou vacina contra a doença, não haveria motivo para a elaboração do certificado. 

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Bolsonaro foi indiciado pela PF pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas da Covid-19. Ambos os delitos estão previstos no Código Penal, e a pena máxima para os dois crimes somados é de 15 anos de prisão.

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Agora, o inquérito policial com o indiciamento de Bolsonaro será encaminhado ao Ministério Público, que vai analisar se há ou não provas contra o ex-presidente. Se o órgão considerar que existem indícios suficientes para incriminar Bolsonaro, vai apresentar uma denúncia à Justiça. Caso contrário, pode pedir o arquivamento do caso.

O advogado do ex-presidente, Fabio Wajngarten, lamentou o indiciamento de Bolsonaro e reclamou que a informação tenha sido revelada pela imprensa. "Vazamentos continuam aos montes ou melhor aos litros. É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial."

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