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R7 Brasília

'Espero que a gente se comporte como amigos', diz Lula em encontro com Biden

Reunião foi realizada nesta quarta-feira (20) em Nova York, nos Estados Unidos, onde o petista cumpre agenda pública

Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília

Lula e Biden se reuniram em Nova York nesta quarta (20)
Lula e Biden se reuniram em Nova York nesta quarta (20)

Em encontro realizado nesta quarta-feira (20) com o líder dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse esperar que a relação entre os dois países seja aperfeiçoada e que se tratem como amigos. A reunião ocorreu em Nova York, nos EUA, e contou com a participação de diversos ministros, entre eles Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima).

"Espero que a relação EUA–Brasil seja aperfeiçoada e que a gente se trate e se comporte como amigos, em busca de um objetivo comum: desenvolvimento e melhoria da vida do povo", afirmou Lula. "Essa iniciativa proposta pelo presidente Biden de que a gente faça um plano de trabalho para que a gente possa oferecer à nossa juventude, ao nosso povo, a perspectiva de um emprego decente, mais qualificado, tentando tirar proveito da transição climática, energética, da inteligência artificial, é preciso que a gente apresente uma proposta concreta para despertar esperança na sociedade que vive do trabalho no mundo", completou.

Na sequência, Lula comentou a situação empregatícia. "O trabalho está muito precarizado, o salário está muito aviltado. Cada vez mais, os trabalhadores trabalham mais e ganham menos. E eu acho que essa sua ideia, de apresentar uma proposta que começa a ser discutida e poderá ir até o G20, é muito importante para o Brasil, para os Estados Unidos e para o mundo."

Biden, por sua vez, afirmou que "as duas maiores democracias do Ocidente estão defendendo os direitos humanos no hemisfério e no mundo, incluindo o direito dos trabalhadores". "E é uma honra", disse o americano.


Reuniões

Esta é a segunda vez neste ano que Lula e Biden se reúnem. A primeira vez ocorreu em Washington, capital dos EUA, no início do ano. Entre os temas debatidos na ocasião estavam a conservação ambiental e a busca de mais engajamento dos países desenvolvidos para cumprir compromissos de financiamento na área climática. Além disso, trataram de defesa da democracia, radicalização da política e discurso de ódio no espaço virtual.

Em agosto, eles conversaram por telefone sobre preservação ambiental e mudanças climáticas. O presidente brasileiro tem afirmado reiteradamente que os países ricos devem fazer contribuições financeiras para que nações em desenvolvimento que têm florestas tropicais possam preservá-las. Segundo Lula, não se trata de um "favor", mas, sim, do pagamento de uma "dívida" com o planeta.


Lula e Biden voltaram a se ver no início deste mês, durante evento paralelo à reunião da Cúpula do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. A agenda ocorreu em Nova Déli, a capital da Índia. No evento, o petista participou do lançamento da Aliança Global para Biocombustíveis.

Iniciativa de Lula e Biden

Os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos lançaram nesta quarta-feira (20) uma parceria inédita para a promoção do trabalho digno. A iniciativa, apresentada em Nova York, busca estimular empregos de qualidade, proteger trabalhadores que atuam nas plataformas digitais e promover o conhecimento sobre direitos trabalhistas.


De acordo com o Planalto, Brasil e Estados Unidos vão trabalhar em colaboração com parceiros sindicais de ambos os países e com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Eles pretendem envolver outras nações e parceiros globais na iniciativa e, assim, fomentar um desenvolvimento inclusivo, sustentável e amplamente compartilhado com todos os trabalhadores e trabalhadoras.

O trabalho digno ou decente faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015. Entre as ações propostas até 2030 estão alcançar o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos, inclusive para os jovens e pessoas com deficiência, e a remuneração igual para trabalho de mesmo valor.

As atividades conjuntas dos dois países têm como objetivo:

• Ampliar o conhecimento público sobre os direitos trabalhistas e oferecer oportunidades para que os trabalhadores e as trabalhadoras se capacitem para defender seus direitos;

• Reforçar o papel central dos trabalhadores e das trabalhadoras, garantindo que a transição para fontes limpas de energia proporcione oportunidades de bons empregos para todos e todas;

• Em estreita colaboração com os nossos parceiros globais, estabelecer uma agenda centrada em aumentar a importância dos trabalhadores e das trabalhadoras em instituições multilaterais como o G20, a COP 28 e a COP 30;

• Apoiar e coordenar programas de cooperação técnica relacionados ao trabalho;

• Promover novos esforços para capacitar e proteger os direitos trabalhistas de trabalhadores e trabalhadoras nas plataformas digitais;

• Envolver parceiros do setor privado em abordagens inovadoras para criar empregos dignos nas principais cadeias de produção, combater a discriminação nos locais do trabalho e promover a diversidade.

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