Ex-comandante da PMDF volta atrás e decide depor na CPMI do 8 de Janeiro
Jorge Eduardo Naime havia apresentado um atestado médico e informado que não iria falar ao colegiado
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime voltou atrás da decisão de não depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro e vai falar no colegiado nesta segunda-feira (26). Ele tinha apresentado um atestado médico, e a relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), chegou a anunciar que a sessão seria cancelada.
O policial foi convocado na condição de testemunha, quando é obrigado a comparecer, sob compromisso de dizer a verdade. Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou Naime a ficar em silêncio no depoimento.
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Naime estava de folga no dia das manifestações. O policial está preso desde fevereiro por ordem de Moraes. Ele é o único entre as autoridades investigadas que continua na cadeia. O então comandante-geral da PMDF no dia dos atos extremistas, coronel Fábio Augusto Vieira, e o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres foram soltos.
Em março, ele depôs na CPI em andamento na Câmara Legislativa do DF. Na ocasião, Naime afirmou que não teve acesso a informações que mostrariam a gravidade das manifestações na praça dos Três Poderes.
Segundo ele, a única informação que a corporação tinha do então secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF, Fernando Oliveira, "era de 10h da manhã de sexta-feira, de uma manifestação com baixa adesão".
Ainda de acordo com o coronel, as informações repassadas no grupo de WhatsApp que reunia a cúpula da segurança pública do DF e outras autoridades não eram relatórios de inteligência, mas informes, que não permitem o planejamento da corporação, apenas ações de contenção.